Por muito tempo eu não entendia o meu filho. Antes de tudo e do diagnóstico do autismo do meu filho eu era vista como uma mãe incompetente.
Ele era muito diferente da minha filha mais velha. As coisas com ele não funcionavam como quando eu aplicava os mesmos conceitos com ela. Certamente toda mãe e pai sabe que os filhos são diferentes. Que possuem personalidades distintas.
Mas eu me perguntava “Se eu faço tudo igual para os dois, por qual razão não funciona com ele”?
O que não funcionava com meu filho?
A questão da alimentação era terrível. O sono era um caos. E o que mais pegava era que ele não obedecia. Não escutava o que eu falava. Além disso não entendia os meus comandos. Não sabia seguir as minhas regras ou as do mundo.
Veja alguns sintomas de autismo neste texto!
Então, sair de casa era um caos. Era uma briga para convencer a sair. Um desastre na hora de chegar nos lugares. Um verdadeiro show de horrores. Ele chorava para colocar a roupa. Além disso tinha crises de “birra” pra colocar o tênis. Brigava durante o caminho por causa do cheiro ou do ar condicionado. Tinha ataques de fúria no momento de vir embora. Todos os dias a gente assistia várias cenas de mau humor, choro e gritos.
Eram os mesmos pais para os dois filhos!
Eu e meu marido testamos de tudo. A gente fazia o mesmo que aplicava com a mais velha. Enquanto ela nos obedecia e entendia que a coisa estava no limite, o mais novo não estava nem ligando para o momento em que eu dizia “vou contar até três e você vai parar de fazer tal coisa”… eu podia chegar no dez e ele continuava na dele.
Com o tempo a gente vai perdendo a cabeça. Muitas vezes vamos perdendo a paciência. Certamente eu sentia vontade de brigar feio com ele. E todas as vezes que eu brigava já meio alterada, ele chorava sentido. E eu olhava para ele e me sentia uma mãe de merda. Aquela mãe que não consegue educar o filho, que não é capaz de dar limites para uma criança tão novinha.
Fonte: Sou uma Mãe
Esse sentimento de falta de controle total da situação me fez procurar ajuda da pediatra. Isto é não poderia ser normal meu filho não seguir nenhum comando ou ser extremamente diferente da irmã. E eu que sempre pensei que meu filho pudesse ter autismo, comecei a pesquisar muito sobre o motivo dos comportamentos dele estarem piorando tanto.
Depois da análise da pediatra, neuropediatra, psicólogas e terapeutas ocupacionais, finalmente recebi o diagnóstico de autismo do meu filho.
O diagnóstico de Autismo do Meu Filho
E eu lembro do momento em que a neuropsicóloga me deu o laudo e perguntou como eu estava me sentindo. Minha resposta foi “Estou aliviada”!
Saber de fato sobre o TEA – transtorno do espectro do autismo me fez olhar para meu filho como ele realmente é. Entender que nem ele estava errado e nem eu estava fazendo as coisas erradas. O problema era que os nossos mundos não falavam a mesma língua. Eram incompatíveis entre si.
Depois de saber que tenho um filho autista, comecei a perceber que ele não era um menino mal- educado. Que ele não fazia birras. Certamente as coisas são complicadas para ele. E hoje já não me abalo quando os outros presenciam alguma crise do meu menino e interpretam como birra ou coisa de criança mimada e mal-educada. Enfim hoje não dou ouvidos para aqueles que me julgam como uma mãe incompetente ou que não sabe educar seus filhos.
Conhecer nossos filhos de verdade é o que nos dá forças para guiá-los pelos melhores caminhos e da melhor forma possível.
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