Treino de Habilidades Sociais Pode Ajudar a Criança Autista a Fazer Amigos

Como uma pessoa que tem déficit de habilidades sociais consegue fazer amigos? Vou te explicar como o treino de habilidades sociais é viável e pode ajudar muito a pessoa a se relacionar com os seus pares.

Todas as pessoas querem ter amigos. Não precisam ser vários. Mas ter alguém com quem dividir as coisas da vida faz muito bem. Mas para pessoas no espectro autista, seja qual for a idade, fazer amizades pode ser muito complexo. Vamos deixar claro que não apenas as pessoas autistas sentem dificuldade de ter um bom relacionamento com os outros. Mas dentro do autismo, pontos como a comunicação e a interação social são muito afetados. São inclusive estes pontos junto com os movimentos repetitivos que serão avaliados como critérios diagnósticos para o autismo.

Mais um ponto a ser esclarecido neste texto é que a falta de habilidade social é perceptível em todas as fases da vida de um autista. Mas vamos falar aqui com um foco maior nas crianças, mas tudo que for abordado aqui pode ser utilizado com relação às outras faixas etárias.

Mas o qure comportamento demonstra a falta de habilidades sociais em uma pessoa autista?

  • Iniciar interações é um verdadeiro desafio para uma pessoa autista. Ela pode estar com uma super vontade de dar um oi para o amiguinho no parquinho e simplesmente não sabe como fazer isso.
  • Responder às iniciações dos outros não é nada simples para uma criança dentro do espectro. Na cabeça da criança vem desde o “eu não sei o que responder”; respostas inadequadas totalmente fora do contexto do que o amiguinho falou ou fez; não entender o contexto do que foi dito pelo amigo e com isso gerar situações desagradáveis.
  • Manter contato visual – Muitas pessoas não tem o hábito de olhar dentro dos olhos da outra pessoa. Mas por vezes durante uma interação social essa criança interage e olha para quem está falando. No autismo, manter o olhar fixo é totalmente desconfortável para muitas crianças. E muitas vezes o outro que está querendo interagir com a criança autista entende esse não olhar como falta de interesse.
  • As nuances da voz da pessoa com quem se interage ou da própria pessoa autista que fala é um ponto que acaba interferindo muito no cotidiano da criança na hora de fazer amigos.
  • Não saber ler o ambiente em que ela está. Muitas crianças autistas passam por mau educadas simplemesnte porque não entendem por qual razão precisam agir de tal forma em um ambiente.
  • Comportamentos rígidos também atrapalham muito no desenvolvimento de uma amizade. A criança vai brincar com as outras mas não aceita a brincadeira da forma que o grupo propõe. Ou ela quer brincar apenas da forma que ela conhece. Isso faz com que muitas vezes a interação com o outro fique chata e desinteressante.

O fato é que se essa criança nunca consegue interagir de forma assertiva no grupo, com o tempo vai ficando estigmatizada pelos demais e se torna muito mais complexa a aproximação e a criação de vícnulo com os demais.

habilidades sociais

E essas tentativas repetitivas de pertencer a um grupo e sempre falhar faz com que a criança acabe desenvolvendo depressão, ansiedade e crises de pânico. Para ela só o pensar em iniciar uma nova interação já traz gatilhos ruins.

E como podemos ajudar nossas crianças a terem boas habilidades sociais?

No autismo quanto antes a gente estimular o cérebro dessa criança muito melhor. Então desde pequenas as crianças podem ir aprendendo sobre como interagir e se relacionar com os outros e com as situações diversas dos ambientes variados. Isso pode ser feito através das terapias individuais e em grupos.

Quero trazer aqui a experiência que tivemos aqui em casa. Para nós o que mais nos ajudou na questão do desenvolvimento das habilidades sociais foi realmente quando inserimos as terapias em grupos de habilidades sociais.

Quando a criança está com outras crianças que possuem um perfil semelhante com o seu e é mediada por um terapeuta ou professor que entenda do assunto, ela acaba trazendo muitas questões à tona que quando estava em uma sessão individual não demonstrou. E essas interações espontâneas que surgem entre as crianças são ótimas para que os terapeutas consigam trazer alternativas para que as crianças percebam suas questões e tentem achar meios de resolver as situações.

Nos grupihos com outras crianças, ela irá aprender a se colocar e dizer aquilo que ela quer ou não. Terá a oportunidade de ver que o amigo também tem dificuldades e que juntos podem encontrar situações para os problemas. Por isso é tão importante selecionar crianças que tenham perfis parecidos. Que tenham gostos pelas mesmas coisas para que as conversas e brincadeiras posam fluir com mais naturalidade.

Com os treinos as crianças conseguem ir entendendo qualo padrão das relações e quais comportamentos são ou não adequados e isso facilita na hora de fazerem novos amigos.

No Brasil os autores Del Prette e Del Prette são referências no treino das habilidades sociais e recomendo que você leia os livros deles para entender melhor como conduzir os treinos de habilidades sociais e assim auxiliar seu filho, aluno ou paciente com dificuldade nestas áreas.

Toda criança quer ter amigos e muitas simplesmente não tem a chance de construir amizades sozinhas. Vão precisar da mediação para que suas areas deficitárias sejam solucionadas.

A musicoterapeuta Darda Azevedo e a psicóloga Paula Kopruszinski desenvolvem um trabalho com grupinhos de habilidades sociais. Os grupinhos visam auxiliar as crianças a entenderem como devem ser a vivência com outras crianças, pessoas ou ambientes que exigem dela habilidades sociais. Você pode conferir o episódio completo no link abaixo:

Treino de Habilidades Sociais no Autismo

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