Criança é sinônimo de vida! E raramente passa pela nossa cabeça de adulto, que crianças também sentem medo da morte.
Nós perdemos a avó paterna das crianças há uns três anos. Lidar com essa partida foi difícil para nós adultos, mas para nossa filha foi muito mais complicado entender que a vovó tinha ido morar no céu e que nunca mais voltaria para brincar com ela.
Nós sempre explicamos para ela que geralmente as pessoas morrem velhinhas. Falamos isso para tentar acalmar o coração dela que por um bom tempo ficou com medo que eu ou o pai dela fossemos também morar lá com as estrelas.
Como Explicar Que Vovó Foi Morar no Céu
Este ano, no entanto, ela tem passado por vários problemas de saúde. Ela tem síndrome de heterotaxia, e desde a descoberta tem sido muitas visitas a médicos, exames e mais exames, e internações seguidas de cirurgias. Se todo esse processo não é fácil para nós adultos, imaginem para uma criança de 7 anos.
Essa semana fui levar a pequena para fazer um exame de genética e depois levei ela para fazer um lanchinho (forma de animar a pequena depois do estresse do exame). No meio do lanche, minha filha começou a chorar. Perguntei o que havia acontecido e ela me disse “Nada não” e continuou a chorar. Insisti para saber o que havia acontecido e ela falou “Tenho medo de morrer”!
Isso me deixou com o coração partido. Ela é uma criança e não deveria ter esses medos. Não deveria achar que vai morrer e nunca mais vai estar com quem ela ama. Na conversa ela me disse que pensa muito na morte, que são coisas que ela não sabe com o parar de pensar.
Abracei minha pequena e tentei novamente explicar que um dia todos vamos morrer, mas que certamente ela vai viver muio e só vai partir daqui, quando estiver bem velhinha!
Mas toda essa fala com minha filha me fez perceber que crianças sentem os mesmos medos que a gente, mas diferente de nós, elas ainda não tem mecanismos para lidar com determinados assuntos. Elas sofrem quietas. Buscam ser fortes. Geralmente quando uma criança fala com um choro sentido, é porque não está conseguindo mais lidar com isso.
Busco sempre saber tudo que se passa com meus filhos. Dou espaço para contarem sobre seus dias, seus sentimentos… Mas mesmo tendo esse campo de confiança algumas vezes eles não nos contam algo, com medo de nos deixar tristes.
O fato é que agora vamos trabalhar mais ainda o lado emocional dela nestes tempos de médicos. Ajudar ela entender que cuidar da saúde é um processo mas que em breve tudo vai ficar bem!
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