Mãe vive com o peso da culpa!
É uma frase forte, mas no entanto verdadeira. Não existe mulher no mundo que, após vivenciar a maternidade, não carregue consigo aquele sentimento desagradável chamado culpa.
Mas de onde vem essa responsabilidade que a mulher assumiu consigo própria? O que faz ela se tornar tão vulnerável ao sentimento pesado da culpa?
Mãe se culpa por tudo. Existe a culpa desde o momento em que o bebê nasce. A de não ter conseguido realizar o parto tão desejado, a de não conseguir amamentar, de não conseguir ficar com o filho além dos 4 meses, de mandar para a escola, de ter que dar antibiótico, de ter deixado o filho cair, de ter deixado o filho ficar doente… uma lista sem fim!
Isso tudo é loucura!
Mães, nós não temos controle sobre o universo. Não podemos dirigir a nossa vida e a dos nossos filhos em todos os momentos.
Toda mãe faz o seu melhor. Dentro deste esforço para manter o bem estar dos filhos, a mulher acaba tendo de fazer sacrifícios para que o filho não sofra com as adversidades da vida.
Mas do nada a criança cai e a culpa pelo machucado recai sobre a figura da mãe. E ela se culpa. Além de lidar com o choro de dor do bebê que caiu, precisa lidar com o coração apertado e segurar as lágrimas para não fragilizar mais ainda o filho que chora em seus ombros.
A sociedade contribui para que a figura materna seja cada vez mais punida com coisas triviais da educação dos filhos. Se der colo vão dizer que você está mimando demais. Se deixar chorar vai ser apontada como aquela que não dá atenção para o filho. Se optar em deixar seu filho dormir na sua cama vai escutar inúmeras vezes que está fazendo algo errado. Se demorar para desfraldar vão dizer que você é preguiçosa.
Todos esses dedos apontados para a mulher fazem com que ela comece a acreditar de fato que é culpada por tudo que não dá certo na história do filho, da casa, do marido, da família. Simplesmente não se culpe. Não existe um botão que controla tudo à sua volta. Somos humanas. Erros nem sempre precisam ser vistos como fatos geradores de culpa. Podem ser encarados como aprendizados.
Todas já ouvimos a famosa frase “mas é culpa da mãe”.
Precisamos entender enquanto mães que não! Não somos culpadas de tudo que acontece à nossa volta. A mulher precisa tirar essa carga de cima de seus ombros. Entender que maternidade é feita de acontecimentos. Que ela pode ser simplificada quando conduzida com bom senso.
É como andar de bicicleta. Primeiro você aprende com as rodinhas auxiliares traseiras. Depois que percebe que já está firme e segura no veículo, você vai lá e retira uma das rodas que serviam de apoio. Provavelmente você vai cair para um dos lados. Depois de uns dias você toma coragem e retira a última roda. E anda. Você está totalmente segura. Mas no seu caminho havia um buraco e ao passar por ele você se desequilibrou e caiu. Foi sua culpa? Do buraco? Da rua mal cuidada? Um acidente?
A culpa não foi sua. Foi um todo. O que você faz? Fica se lamentando ou levanta e segue seu caminho? Provavelmente você vai voltar a pedalar. Vai ficar mais descolada e atenta. Mas não vai ficar repetindo para você que foi sua culpa. Simplesmente foi um acidente que serviu de lição. E em pouco tempo você nem vai mais lembrar o que te fez cair.
O mesmo vale para seu papel de mãe. Você vai passar por alguns perrengues que farão você se sentir a pior mãe do mundo. Mas analise. Será que só a situação ruim já não é o suficiente? É preciso ficar se torturando com suas próprias cobranças?
Claro que falo do sentimento de culpa exagerado. Aquele que nos escraviza. Que faz pensarmos que todo o mal que acontece com nossos filhos é culpa nossa.
Não falo da culpa real. Aquela que raramente uma mãe comete. Como expor seus filhos a situações perigosas sabendo que o pior pode acontecer ou ainda situações que vão causar algum dano moral ao filho. Falo das culpas pequenas que não são nossas. São acidentes ou o percurso natural da vida.
Chega desse sentimento que não vai fazer você melhorar enquanto mãe. O que faz você evoluir na função de mãe é seu amor, atenção, seu vínculo.
Eu me culpei quando minha filha foi internada na UTI. A culpa por ela estar doente era minha. Eu precisava trabalhar. Então levei ela para a escola. Confiei em um pediatra e no final ela estava mal na UTI. Mas não foi culpa minha. Eu fui trabalhar para dar um futuro melhor para ela. Deixei ela em uma ótima escola. Tinha recebido todas as vacinas e mesmo assim pegou meningite. Eu não posso responder pelos erros de um profissional, não era eu a médica.
Quando percebi que não era a causadora de nada, consegui voltar minhas atenções para o que de fato importava. A recuperação da minha bebê.
Mãe, pegue leve com você mesma. Gaste seu tempo com o que importa.
Seu filho caiu: cuide dele.
A criança não dorme: conte mais histórias, converse, aproveite a companhia do seu bem maior.
A escola não é boa: mude.
Tudo tem solução quando nossa cabeça está aberta e nosso coração livre de sentimentos pesados.
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