Essa semana recebi um depoimento de um pai que me deixou com os olhos cheios de água.
Um senhor, após ler um dos meus textos sobre trombose e gravidez veio me contar a história da vida dele e da sua querida filha. A filha dele teve trombose quando tinha seus 20 anos. Fez vários exames e nenhum deles atestou trombofilia. (igual ao meu caso).
A filha seguiu a vida. Se casou e em determinado momento sentiu vontade de ser mãe. Ela queria muito ter um filho em seus braços. A moça procurou vários médicos que afirmaram que não haveria nenhum problema da menina engravidar. Não recomendaram o uso de anticoagulantes. E a jovem, já com 30 anos, aos 3 meses de gestação veio a perder a vida vítima de uma trombose.
Quando li esse relato fiquei muito abalada. Fiquei triste. Me coloquei no lugar deste pai, do marido, da mãe dessa jovem. Ela estava feliz, afinal de contas iria realizar o sonho de ser mãe. E todas nós que já somos sabemos o quanto é maravilhoso ter um bebê nos braços.
Fiquei pensando que é preciso ter um cuidado maior da parte dos profissionais de saúde com o assunto trombose. Mulheres que tem trombolifia ou já tiveram um caso de trombose, são pacientes de uma gravidez de alto risco. Eu lembro que quando engravidei da segunda vez, a Secretária de Saúde não liberou o medicamento alegando que eu não tinha nenhuma trombofilia comprovada. Precisei brigar muito, ir via judicial para conseguir a liberação do medicamento. Mesmo assim, usando a dose do clexane acabei tendo uma nova trombose no final da gestação. Imaginem se eu não tivesse tomado dose alguma?
No ano passado eu procurei um hematologista para investigar mais a fundo as trombofilias. Vários exames foram feitos e novamente nada apareceu. Com este diagnóstico o médico me liberou do uso do anticoagulante e 15 dias depois eu estava sendo internada por conta de uma terceira trombose.
A verdade é que os médicos deveriam ter extremo cuidado com o histórico de trombose, independente se você tem ou não uma trombofilia. Meu cardiovascular me explicou uma vez que a investigação das trombofilias é muito grande. Que eu posso ter alguma que a medicina nem conhece ainda.
O caso dessa família é muito comum. E o grande problema é que a trombose é uma doença muitas vezes silenciosa e em outras muito rápida.
Não podemos arriscar a vida de mais mulheres que sonham em ter bebês. Não podemos aceitar que mulheres sejam prejudicadas ou percam a oportunidade de viver com suas famílias pela falta de orientação.
Se você já teve algum episódio de trombose, avise seu médico diversas vezes. Exija que seja tomada a conduta adequada nestes casos.
Que todas nós tenhamos muita saúde. Que a família do senhor que veio me relatar sua dor, seja confortada com muita luz e fé!
1 Comentário para "Gravidez de Alto Risco: Sonho de Ter Um Filho Supera Todos os Medos"
Luana 09/10/2017 (00:33)
Que triste! Tenho medo de engravidar, tive 8 gestações perdidas e oa ginecologostas do sus só dizia que era falta de progesterona. Um médico particular de alto risco me falou da trombofilia, quando finalmente achei que ia levar a gestação adiante tive gravidez ectópica e perdi uma trompa. 3 meses depois tive trombose. CA estou eu, com 32 anos, há 1 ano e 8 meses me tratando da TVP e morrendo de medo de engravidar e morrer.