Outro dia precisei levar meu filho doente ao médico de emergência. Passados uns dois dias foi a vez da minha filha precisar dos serviços médicos de emergência. Eles estavam com um quadro de virose. Nada parava no estômago deles. Estando desta maneira não poderiam ir para a escola, pois acabariam contaminando outros colegas.
Fui orientada pelo médico que os dois ficassem em casa para terem uma recuperação mais rápida e adequada. Eu então solicitei um atestado em que constasse que eu teria que ficar como acompanhante deles nestes dias, ou seja, são crianças e necessitam dos cuidados da mãe!
Nada mais natural e justo, visto que não temos com quem deixar as crianças quando elas ficam doentes. A escola não aceita para não infectar os outros alunos, os parentes e amigos trabalham, não temos condições de contratar uma babá para tantos dias. A solução mais lógica é que eu que sou a mãe fique com eles em casa. Para isso eu preciso de um atestado de acompanhamento.
Sim, no nosso caso eu preciso de um atestado que justifique para o meu patrão que eu preciso acompanhar meu filho.
Mas quase todas as vezes em que eu peço isso para os médicos eles fazem cara feia. Eles me olham com cara de desconfiados achando que eu vou pegar o atestado para ficar em casa de boa. Sei lá, a impressão que tenho é que alguns acreditam que eu vou sair do consultório com o meu filho doente e vou direto para o shopping bater perna com o pequeno ardendo em febre.
Crianças doentes precisam de acompanhamento de um adulto. Precisam de cuidados. A minha vontade é de dizer para o querido médico que recomenda que meu filho doente precisa ficar em casa que ele não pode ficar sozinho. Se eu deixar meu filho sozinho em casa e doente eu vou ser presa! Meu filho pode sofrer um acidente. Ele pode morrer.
Acho que falta mais humanidade com as mães. Falta se colocar no nosso lugar e entender que não gostamos de faltar ao trabalho para ficar em casa com nossos filhos doentinhos. Se faltamos é porque precisamos. Depois que quase perdi minha filha, percebi que o cuidado de uma mãe é o mais poderoso do mundo!
Se uma mãe pede um atestado de acompanhamento é justamente para comprovar para o seu patrão que vai duvidar dela. Ela já tem que se preocupar com a saúde do filho que não está bem, precisa arcar com os olhares tortos dos colegas de trabalho, do patrão que considera um prejuízo quando essa mãe falta e ainda precisa encarar as desconfianças de um profissional da área médica que se mostra resistente em fornecer um atestado.
Já cansei de ficar explicando que tenho direito de acompanhar meus filhos durante tantos dias do ano, que não tenho com quem deixar eles. Já precisei discutir com médico que me disse categórico que Raquel não poderia ir para a escola durante uma semana mas que se negava em fornecer um atestado em que constasse que ela precisava dos meus cuidados.
O mercado de trabalho se mostra muito duro com as mães de crianças pequenas. Estamos cuidando dos nossos filhos para que eles se tornem pessoas melhores.
Sabia que a Meningite é muito Perigosa?
5 Comentários para "O Atestado é para Cuidar do Meu Filho Doente - Não é Para Mim!"
luzia 22/05/2017 (18:05)
Fernanda com certeza você não tem filhos . mais no dia que for vai entender nossas questões, eu passo pela mesma situação e é muito doloroso vê o filho doente com asma e bronquite, febre etc. ..realmente ficamos indignadas com a nossa legislação que não nus favorece como mãe, e o Eca nus obriga senão respondemos judicialmente por negligência. É um absurdo ter pessoas que ainda nao concorda por termos direito de sermos resguardada pela clt. somente nos vivênciamos está dor de não poder ficar cuidando do filho em casa, quando chega no final do mês nem salário recebemos direito , mais tudo bem quem teve o desconto foi nós não foi o médico e quem concorda.
Jéssica 01/09/2017 (14:11)
Meninas sempre entreguei o atestado do meu filho no meu trabalho com meu nome como acompanhante e eles sempre aceitaram afinal meu filho é pequeno e não pode ir sozinho para o hospital .
Se seu atestado estiver no nome do filho mas bem especificado , ex acompanhado pela mãe nome completo e cid ele vale da mesma forma .
angelica 23/04/2018 (15:51)
ola adorei suas palavras e exatamente o que passamos; eu se pudesse ficava em casa com meu filho de quase 3 anos; mas preciso trablhar para complementar a renda e poder comprar nosso ap proprio, sou casada mas a renda so de um nao da nada. e agora que consegui um otimo emprego que remunera bem, me tratam bem e basta faltar para cuidar do filho por autorização do medico deu ja te olham com outros olhos. ja ganhei 3 dias e fui trablha no 3 dia pra nao pegar mal ja deixei ele doente com a avo pra nao pegar mal, meu mardio pego atestado pra ele pra fica com nosso filho pra nao pega mal.
nao aguento mais esta pressao de ter q deixar meu filho doente e vir trabalhar. olha o que mais peço todos os dias a deus e so q meu filho tenha saúde simples assim pra eu nao precisar ficar . com pressao
Kely Varela 06/06/2018 (00:18)
Sinceramente,grande parte das empresas não entendem a importância dos cuidados de uma mãe nos momentos em que o filho está doente. Além de estarmos super preocupadas com os pequenos ainda precisamos enfrentar o mal estar dos julgamentos de quem acha que filho doente é igual mãe em casa sem fazer nada…
Força querida e muita saúde para seu filho!!!
Beijo
kely
Thais Fernandes 25/11/2019 (23:02)
Como mãe eu me sinto péssima.
Minha bebê teve uma convulsão de febre e precisei levar ela para a emergência as pressas a pediatra me forneceu um atestado de 5 dias no nome da minha filha.
A todo momento recebi mensagens da minha coordenadora e do meu enfermeiro ( sou técnica em enfermagem) questionando quantos dias de atestado eu tinha pego, falando que o atestado abonaria 1 dia apenas e que eu seria descontada os outros 4 dias seria descontada, que o atestado seria para justificar mas não abonar o dia de trabalho.
E siiim a empresa tem respaldo jurídico para isso, o meu desespero foi tão grande ver minha filha doente e de ser precionada daquela forma que tive uma crise de ansiedade e precisei ser hospitalizada. Fui diagnosticada com depressão, transtorno de ansiedade e síndrome do pânico e precisei ser afastada pelo INSS e já sei que quando voltar serei demitida depois de 5 anos de trabalho árduo. Eu amo meu trabalho,minha empresa é boa porém chefia é horrosa e ambos não tem filhos e não sabem o que é passar por isso. Ah e em momento alg perguntaram como minha filha e eu estavamos.
Abri um processo interno mas até agora não deu em nada. Meu último dia trabalhado foi dia 9 de novembro. Eu só espero justiça e espero também que alguma mulher formule uma Leo que nós ampare e que essa lei seja aprovada omais rápido possível.