Eu sempre sonhei em ter um parto inesquecível! Na minha cabeça para ser digno de novela precisava ser um daqueles momentos em que eu dizia “A bolsa estourou” e saia todo mundo correndo para a maternidade.
No meu caso, não foi assim! Precisei fazer uma cesárea, pois minha gestação era de alto risco. Mas vou confessar: meu parto foi lindo, foi marcante e sim, foi inesquecível! Nenhum momento na minha vida foi mais forte e intenso. Nunca senti a energia que senti naquele dia!
Achei uns manuscritos meus referentes ao meu parto e que quero compartilhar com vocês. Aqui conto detalhes do nascimento da minha querida filha Raquel. Minha primeira experiência com a maternidade.
Hoje estava ouvindo Ana Carolina cantando Força Estranha e aí me peguei emocionada na parte da música que diz “eu vi a mulher preparando outra pessoa, o tempo parou pra eu olhar pra aquela barriga”! Eu agora vejo as fotos da barriga e penso o quanto foi bom curtir o barrigão e olho agora para Raquelzinha e penso o quanto é maravilhoso estar com nossa filha em nossos braços.
Para mim foi uma semana bem emocionante. Falavam comigo e eu chorava. Confesso que o fato da Raquelzinha nascer de 37 semanas assustava um pouco! Diversas vezes fiquei pensando se ela realmente estava pronta para vir ao mundo… Se não seria mais prudente esperar ao menos mais algumas semanas… Mas lembrei que tínhamos uma excelente médica ao nosso lado e que a confiança que ela nos transmitiu com relação a Raquel ser um bebezão é o que deveria contar neste momento.
No dia saímos de casa bem cedo, por volta das 06:30 da manhã. No caminho eu ia tentando me acalmar. Pensava coisas boas e que em questão de horas teríamos nossa princesinha em nossos braços. Chegamos a Maternidade e rapidamente fomos encaminhados ao quarto para esperar virem nos buscar. Eram as últimas horas de espera depois de 9 meses. Esperei tentando respirar e controlando minha ansiedade. Uma imensa vontade de chorar.
Me levaram para a sala de cirurgia, todos muito atenciosos, muito queridos mesmo. Acho que a tranquilidade da equipe médica me deixou mais calma para curtir o momento.
Na cesárea teoricamente tudo é bem programado. Horários que geralmente são seguidos à risca. Não existem tantos elementos surpresa no que diz respeito a tempo ou dor. Mas para mim tudo era novo sim! Tudo era um mistério, pois nunca tinha passado por um parto antes. Na hora em que me vi na sala de cirurgia, muitas coisas passavam pela minha cabeça. Eu ficava me perguntando como seria nossa nova vida. Naquele momento tudo estava mudando.
Estava deixando de existir a mulher sozinha e passava a existir a mulher que é mãe e que nunca mais vai estar sozinha na vida. Nascia a figura materna de verdade e que daquele dia em diante estaria fortemente ligada a um novo ser. Enquanto eu seguia as instruções de toda equipe médica, meu coração batia ansioso. Eu aguardava a chegada da pessoa mais importante da minha vida. Se ela iria chegar de parto normal ou cesárea, já não me importava mais, apenas que ela viesse ao mundo, cheia de saúde!
Um dos momentos que eu tinha mais receio era a aplicação da peridural. Fiz a anestesia que é dada nas costas, coisa que estava me deixando com receio, pois já tinha ouvido falar que ela era bem dolorida e que você não pode de forma alguma se mexer durante o procedimento. Para mim, a anestesia doeu menos do que as injeções que tomei durante a gestação. Super tranquilo mesmo. O que mais doeu foi a colocação do acesso na mão do que qualquer outra coisa.
Já tinham me dito que é fundamental você confiar em seu médico e vi que tinha uma super profissional cuidando da gente. A leveza e tranquilidade com que a Dra. Celeste conduziu o parto fez com que tudo se tornasse mais marcante ainda. Sei que fiquei esperando um tempinho o Jardel entrar e quando ele entrou foi questão de minutos para escutar a médica dizendo “preciso de ajuda” e alguém imediatamente empurrou minha barriga e em questão de minutos Raquel estava sendo apresentada a mim “Oi mamãe”! A cena pareceu tão inesperada, pois sempre achava que ia ver ela quando trouxessem ela pros meus braços, mas no entanto a Dra. Celeste colocou só aquela cabecinha bochechudinha para me dar um oi! Dei risada e naturalmente chorei muito….logo em seguida lembro de o pediatra trazer Raquel até mim, apresentar ela ao Jardel e o chamar para fazerem todos os exames necessários na pequena.
Eu fiquei ali, na mesa chorando um bom tempo ainda… meio sem acreditar direito no que estava acontecendo… em questão de minutos eu não tinha mais uma filha na barriga, eu tinha uma filhinha linda nos braços do pai todo orgulhoso! No parto da Raquel, o bebê demorava para vir para os braços da mãe. Hoje, o bebê saí da sua barriga e já vai direto para os seus braços.
Eu fiquei ali, longe de Raquel e Jardel durante umas 3 horas. Confesso que nem senti as horas passarem, pois eu realmente continuava emocionada! E a cada hora nasciam novos bebês e eu lembrava da minha e me emocionava novamente… sei que depois de umas 3 ou 4 horas estava eu no quarto e pude compartilhar com o Jardel as experiências que cada um viveu neste intervalo. Foi mágico saber da reação dele, da emoção das pessoas que foram lá para ver nossa princesinha. Jardel como bom pai babão voltou ao berçário pra ficar olhando Raquel. O lado realmente ruim da cesárea é essa demora que existe de mãe e bebê ficarem juntos.
Não demorou muito e Jardel voltou com a filha todo orgulhoso… e eu fiquei olhando sem acreditar ainda direito em tudo… é algo tão forte que realmente demora um certo tempo pra cair a ficha! Não por ter se tornado efetivamente mãe, mas pra entender de onde vem tanto amor, tanta vontade de cuidar, de estar com ela nos braços sempre! É uma força que só nos guia instintivamente mas que não se sabe ao certo de onde vem! Sei que é uma força conjunta, minha e do Jardel, fruto e um amor tão verdadeiro que para nós nada mais tem importância a não ser o bem estar e felicidade de Raquel.
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