Eu tive dois episódios de trombose. Um deles quando eu ainda tinha meus 23 anos. Era nova, não fumava, não bebia e sim, eu fazia exercícios físicos com regularidade.
Qual o motivo então que me levou a ter um quadro de trombose venosa profunda com embolia pulmonar tão nova? A única explicação plausível na época foi o uso de anticoncepcional durante dez meses.
O fato é que tive trombose e segui minha vida normalmente. Claro que existe a parte chata que é usar a meia elástica para prevenir novas tromboses e também aliviar as dores. A meia é quente e confesso que no calor ela se torna um pouco desconfortável. Mas com o tempo você acostuma a usar. Bom falar para as marinheiras de primeira viagem, que para a meia ter um efeito eficaz, você precisa ficar com as pernas erguidas cerca de 20 minutos antes de colocá-la.
Quando engravidei da Raquel nem sabia que o fato de ter tido trombose me colocava em um grupo de gestantes de alto risco. Lembro da reação da primeira ginecologista que disse que não poderia acompanhar meu pré-natal por eu ter tido trombose. Ela me encaminhou para uma médica que cuidasse de gestações mais complexas. Quando a especialista me disse que uma das coisas chatas da gestação seria o uso de enoxaparina sódica (clexane ou versa) eu não tinha ainda ideia do que seria a minha gestação.
Eu já escrevi sobre o procedimento para conseguir o medicamento gratuito pelo SUS. Sim, o que mais me chocou na época foi saber que o medicamento era de alto custo. Nós, não teríamos condições de arcar com o medicamento durante todo tempo de gestação e do puerpério. No post, vocês podem ver a luta que foi para conseguir a medicação e como é fundamental se organizar.
Ok! Injeções em mãos e vamos curtir a gravidez! De modo geral na gestação da Raquel tudo correu super bem. Não fiquei doente e nem tive novos episódios de trombose. O que era chato eram sim, as picadas diárias na barriga.
No começo quem aplicava as injeções eram os farmacêuticos. Depois meu marido ou algum conhecido corajoso. Com o tempo percebi que depender dos outros todos os dias era complicado e dolorido. Um dia precisava aplicar e não queria ficar esperando. Tomei coragem e sem olhar muito ou pensar furei minha barriga. Para minha surpresa doeu muito menos do que quando as outras pessoas faziam.
Depois de um tempo você passa a achar o ato normal. Não digo que você acostuma totalmente. Várias vezes eu pegava alguma veia e isso tornava a picada super dolorida. Minha barriga ficou toda cheia de hematomas. Tentei fazer em outras partes do corpo, mas achei que doíam muito mais do que na barriga.
Lembro que no começo ficava com receio de a injeção vir a fazer mal para o bebê. Mas, se você está começando todo processo agora, fique tranquila, ela não vai prejudicar em nada seu bebê. É um medicamento que vai assegurar sua saúde e a do seu filho.
A gestação correu super bem. Nada de contratempos. Tudo na mais perfeita ordem.
Na segunda gestação, tudo foi diferente!
Confesso que no começo da segunda gravidez não usava a meia todos os dias. A rotina da segunda gestação com uma bebezinha pequena não foi tão fácil. Afinal, agora não era mais apenas o barrigão. Era preciso dar atenção para a pequena!
Usei clexane corretamente e passava por consultas periódicas com a ginecologista, médicos da equipe do SUS do alto risco e com o cardiovascular.
Mas no sétimo mês comecei a sentir muitas dores nas pernas. Mesmo com o uso correto da meia as pernas ficavam muito doloridas. Fiz aulas de hidroginástica para ajudar na musculatura, mas passava muito mal e precisei parar com as aulas. Fui afastada do trabalho por licença médica até o nascimento do pequeno Samuel.
No último mês de gestação fiquei muito doente. Peguei pneumonia e senti dores muito fortes na região da barriga e pernas. Achei que o bebê estava nascendo! Fui para a emergência, fiz um eco doppler e o resultado não mostrou nenhuma nova trombose. A médica que realizou o exame sugeriu que eu repetisse o procedimento dentro de alguns dias. Acabei melhorando e esqueci de repetir o dito cujo.
Samuel nasceu de cesárea e tudo correu bem durante o parto.
O problema foi o pós parto! Mas isso eu conto no post da semana que vem!
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Oi Kely, tudo bem?
Eu tive uma trombose na panturrilha direita e o meu vascular me receitou somente o venalote, isso foi em 2013, fiz o tratamento com o medicamento e não tive mais nada.
Em 2015 eu engravidei e meu obstetra me receitou o clexane, e apliquei às injeções a gestação inteira, daí eu fiz um exame para ver se a trombose estava na genética e sim estava, a gravidez ocorreu tudo bem, após o nascimento do bebê tive que ter continuado com o clexane por mais uns 20 dias, mais por medo devido a amamentação eu não usei, e aconteceu que tive uma embolia pulmonar, agora eu faço uso do marevan, e eu penso em ter outro filho futuramente, mais eu li que o marevan causa má formação no feto, como você passou por isso e também teve a embolia pulmonar, você fez uso do marevan antes de ter o 2° filho?
Aguardo seu retorno.
Grande beijo Vanessa.
Oi Vanessa,
Complicado isso né?
Não usei marevan entre uma gestação e outra. Apenas o clexane quando descobri que estava grávida. Como tive trombose no final da segunda gestação, usei a clexane mais 1 ano após o nascimento para poder assim amamentar o pequeno sem ter nenhum perigo para ele.
Converse com seu cardiovascular e tembém ginecologista.
Boa sorte!
Vai correr tudo bem!
Obrigada Kely :-*
Eu sou Tamires também passei por algumas coisas na minha segunda gravidez eu tive trambose venose pulnomar na minha coxa esquerda sentia muitas dores e tive q mi externa pra eu não correr risco na hora do parto.
Fiquei de 8 mês até perto do dia de ter minha bebe mas tomando marevam e o uso clexane e depois do parto ainda continuei tomando.
Eu queria saber se pudia engravidar de novo.
Oi me chamo Elisangela eu tive imbolia pulmonar pos parto por calsa de uma trombo. Bom com isso eu adquirir cardiomiopatia e peneumonia, resultando em 17 dias de UTI. Também usei clecsania. Mas depos fui pro marevam e hoje uso varfarina sodica. Com algum medição pro coração. Que ficou comprometido. Morro de medo de uma segunda gestação.
Olá boa tarde.
Tenho interesse no artigo que fala de trombose após o parto
Olá, meu nome é Júlio César. Parece estranho um homem estar falando sobre trombose e gravidez, mas eu perdi minha filha mais velha em outubro de 2016 com apenas 30 anos de idade, grávida de três meses. Ela teve TVP aos 21 anos, feito todos os exames, inclusive pesquisa de DNA, constatou-se que ela não era trombofílica e que possivelmente o uso de anticoncepcional foi o causador da doença. Ela passou a usar a meia de compressão e teve uma "normal", casou e foi morar na Alemanha. Ano passado mudou-se para a França. Nestes cinco anos morando no exterior, consultou diversos médicos e especialistas e nem um deles disse que ela não poderia engravidar, embora tenha sido informada que seria de alto risco. Então, minha filha, minha princesa, engravidou, mesmo sabendo de todos os riscos, o amor, a vontade de ser mãe a encorajou. Mas o inevitável aconteceu, no terceiro mês ela passou mal e veio a falecer. A dor da perda é imensurável...O propósito do meu depoimento é de alertar à todas as mulheres que tenham um histórico de TVP, pensem um milhão de vezes antes de engravidar...Vale a pena correr o risco?
Olá Senhor Júlio!
Estou com os olhos marejados com o seu depoimento. Sinto muito pela sua perda! Nada no mundo é mais importante do que nossos filhos!
Realmente, quando engravidamos sabemos que estamos correndo um risco muito alto! Fazemos isso motivados por um sonho, uma vontade enorme de sermos mães e sentirmos o mesmo que vocês nossos pais já sentiram na vida!
Ela tentou realizar um sonho dela. Sempre prefiro acreditar que Deus está no comando e que sabe o melhor para todos nós1
Que Deus lhe dê muita luz e força para seguir adiante!
Abraços
Kely
Sr. Julio,gostaria de saber se ela estava fazendo alguma profilaxia. Fiquei apavorada com essa história.