Saúde

A Vida Após a Retirada da Endometriose

Eu sofria horrores com as dores da endometriose. E quando falo que as dores eram terríveis, imagine aquelas que você chega a perder a razão de tanta dor que você sente.

Várias vezes baixei no hospital não conseguindo nem andar com tamanha dor que eu sentia. Eram dores que se alastravam por toda região abdominal fazendo com que eu nem soubesse onde doía exatamente.

Como tenho histórico de tromboses repetitivas, não posso tomar hormônios que tratam a endometriose. Também tenho alergia a anti inflamatórios. Ok, sei que sou meio azarada pra esses lances de saúde. Mas voltando a explicar, por estes motivos eu acabei optando pela decisão mais drástica que era retirar o útero. 

Não foi fácil optar por essa escolha. Ter certeza que eu não iria mais poder ter filhos da barriga.

Mas depois de pensar muito e refletir sobre os riscos que seria tentar uma nova gestação ou pior ainda, nunca saber quando teria uma nova crise e precisaria sair correndo para uma emergência (deixando as crianças longe dos meus cuidados), percebi que ter realizado a cirurgia foi a escolha certa para mim.

Hoje, seis meses depois, não sinto mais dores! 

O pós operatório foi bem dolorido para mim. Muito pior que uma cesárea. Bom lembrar que fiz a cirurgia pela barriga. Os médicos abriram novamente a barriga bem na marca da cesárea. Sei lá se é porque a gente não tem a preocupação de cuidar do bebê assim como temos logo depois da cesárea. Mas depois de 1 mês não senti mais dores.

Evitei por 3 meses pegar as crianças no colo. Exercícios físicos foram liberados apenas agora, depois de 6 meses. E não fiquei com bexiga caída ou com falta de líbido, que são efeitos relatados por muitas mulheres após a histerectomia total.

Bom lembrar também que eu não retirei os ovários! Para mim que tive vários episódios de trombose, é fundamental continuar com os ovários.

Analisando o ano que passou, posso dizer que uma das melhores coisas da vida é realmente você viver tranquila, sem dores. Viver sem a insegurança de saber se vai ficar semanas menstruando ou do nada não vai aguentar de tanta dor. Viver com saúde é um dos meus maiores objetivos a partir de 2018.

A endometriose afeta a vida de milhares de mulheres. E quando falo afetar estou falando no sentido bem exagerado mesmo. Muitas mulheres se queixam de cólica, outras tem dificuldades para engravidar e centenas como eu sentem dores absurdas.

Que 2018 chegue chegando e mandando embora todas essas coisinhas que atrapalham nossa vida como mulheres e como mães!

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Kely Varela

Kely Varela, 33 anos, atriz, mora em Curitiba e há quatro anos descobriu a benção da maternidade. Hoje é mãe de um casalzinho e deseja compartilhar suas experiências com as demais mamães.

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