Outro dia meu filho chegou em casa e me disse “Meu amiguinho me bateu”. Abri o grupo de whats e logo vi muitos outros comentários de mães relatando o mesmo fato com relação aos filhos. E quando isso acontece como podemos orientar nossos filhos? E se o filho que bate for o nosso, qual a conduta que devemos ter para que ele entenda que bater não é algo aceitável?
Quando um filho diz que outra pessoa bateu nele, é óbvio que mãe e pai não vão gostar nenhum pouco. Mas antes da gente sair crucificando a criança que bateu, precisamos lembrar que somos adultos e que as crianças estão em processo constante de desenvolvimento. Existe um período em que ainda são bebês, em que eles não tem nenhum entendimento e controle sobre a força que suas mãozinhas exercem e nem que bater no rosto do outro ou puxar o cabelo vai provocar dor. Mas desde essa fase, nós como adultos precisamos explicar para eles que o gesto que fizeram não está certo.
E quando digo explicar, estou realmente falando para você olhar para o bebê e dizer com uma voz carinhosa e firme “Opa, assim faz dodói. Só pode fazer carinho na mamãe e no irmãozinho”. Pegar a mãozinha e reproduzir o gesto de carinho reforçando com palavras de “Só Carinho” vai fazer com que o pequeno já vá assimilando a atitude por repetição. Se desde muito novinhos a gente simplesmente não fala nada, eles vão crescendo achando que bater é algo natural e sem problemas.
Conforme vão crescendo as crianças vão tendo momentos mais propícios a usar o ato de bater como forma de expressar o que não conseguem ainda comunicar. Quando a criança ainda não consegue falar o que de fato quer e os adultos em sua volta não a compreendem, ela por vezes acaba utilizando tapas, chutes e socos para tentar conseguir o que quer. E aqui novamente é preciso que os adultos deixem claro que bater não é uma atitude aceitável. É preciso repetir quantas vezes forem necessárias para que ela aprenda que bater machuca, que deixa a pessoa que apanha triste e que existem outras formas dela comunicar o que quer sem utilizar a violência.
E atenção pais que tem por hábito utilizar a punição física para ensinar aos filhos que bater é algo errado: essa atitude está totalmente equivocada. Pois quando uma criança apanha ela entende que bater é algo normal. Que é algo aceitável.
Sei que por vezes educar nos leva ao limite da sanidade, mas precisamos sempre lembrar que nossos filhos se miram totalmente nos nossos exemplos. E bater não é um exemplo positivo e é cientificamente comprovado que prejudica o desenvolvimento da criança e não funciona como no quesito educar.
Primeira coisa é fazer a criança entender que quando ela bate no amiguinho da escola, esse amigo fica triste ou deixa de gostar um pouco dela. Para a criança entender, muitas vezes temos que saber o que a levou a agir daquela maneira. Se a criança vem passando por mudanças bruscas na rotina, se está sofrendo com alguma situação estressante em casa ou na escola, se ela tem se baseado por exemplos de pessoas que ela admira ou desenhos e jogos que ensinam que ok bater no outro. Fazer uma avaliação de saúde física e emocional também é uma forma de entender se a criança está agindo motivada por elementos que vão além do seu autocontrole. É fundamental que a criança consiga contar o que a levou a bater para que os pais possam adequar suas condutas e orientar de verdade o filho.
Quando você identifica qual é o gatilho que faz com que a criança tome atitudes violentas é hora de reverter a situação.
Primeiro a se fazer é deixar claro que na sua casa as pessoas não batem umas nas outras e nem nos demais. E neste momento você explica que se essa atitude acontecer ela vai ter uma consequência. A criança precisa ter claro que se ela bater ela vai perder algo por conta da sua atitude. E não adianta você dizer que vai tirar durante um mês o vídeo game se na prática você sabe que não vai cumprir com o que falou. Mas é importante você estabelecer o combinado “Bateu então perdeu o direito de assistir o filme ou não vai rolar mais o passeio no final de semana por conta da atitude cometida”.
Outra coisa muito importante é ensinar a criança que se ela bateu, ela precisa pedir desculpas para o amiguinho. Fazer um cartão de desculpas ou levar uma florzinha podem ajudar ela a refletir sobre seus próprios atos.
Não adianta a gente crucificar a criança. Somos os adultos e precisamos entender o que motiva nossos filhos a terem determinadas atitudes. Muitas vezes eles só estão passando por um momento delicado e precisam se sentir protegidos e amparados. Outras vezes lhes falta o apoio para lidar com frustrações de forma positiva. E na maior parte dos casos, quando dentro de casa, os pais lhes dão suporte, orientação correta, o ato de bater é algo que não voltará a acontecer.
E se você perceber que não tem condições de ajudar sozinho o seu filho, procure ajuda. Nós pais não sabemos como lidar com todos os acontecimentos da vida de nossos filhos e por isso, buscar apoio profissional é super recomendado.
Ah, e por último, mas não menos importante: se alguém bateu no seu filho, não deixe a raiva te dominar. Antes de sair crucificando a criança que bateu, procure a escola, os pais da criança e tente resolver as questões sem denegrir a imagem da mesma.
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