Disseram que eu esqueci de mim e virei apenas mãe.
Me falaram isso com um certo tom de “Você enlouqueceu”, quando resolveu dar vazão a esse lado tão materno.
Por algum motivo as pessoas acham que virar mãe é deixar de existir. Como se você virasse mãe e morresse para o mundo.
É como se o único mundo interessante fosse aquele livre de crianças e preocupações 24 horas por dia relacionadas também as crianças.
Virar mãe não é se apagar perante um filho, como Muito a dizem por aí. Nem é deixar de viver o que você gosta por causa dos filhos.
É preciso deixar certas coisas claras.
Maternidade não é a morte! É a vida!
E a vida tem sim seus dias ruins. Tem seus tombos. Tem suas frustrações.
Ou quem não tem filhos é feliz o tempo todo? As pessoas sem filhos não tem depressão? As pessoas sem filhos são todas bem sucedidas?
Não somos anuladas com a chegada dos filhos. Apenas nos colocamos como diretoras de uma peça teatral.
Coordenamos para que tudo saia o mais perfeito possível. Para que lá na frente os atores recebam os aplausos por uma obra que é nossa.
Virar mãe é aprender a entender que nosso ego deixa de existir. Não sumimos, apenas damos prioridade para coisas além de nós mesmas.
Nós não morremos quando viramos mães! Nos vivemos tão intensamente: alegrias, conquistas, medos, dores.
Nós nos jogamos de cabeça na vida. Temos pessoas que mais do que nunca acreditam que “Você é a melhor mãe do mundo. Eu acredito na minha mãe. A minha mãe é a melhor em tudo”
Dizer que nós abandonamos o mundo em função dos filhos é algo sem lógica: criamos nossas crianças para serem pessoas melhores para o mundo.
Não nos anulamos. Por vezes podemos estar um pouco perdidas com esse mundo novo. Tentando sobreviver a um furacão.
Mas quem vivencia a maternidade sabe, que apesar de existir uns momentos punks, ela nos faz viver.
Escolhemos esse caminho.
Mesmo que seja difícil trilhar alguns trechos, estamos nele de coração aberto.
Recebendo amor, sabedoria, alegria e muita vida!