Foram mais de 3 anos sem dormir uma única noite direto.
Não tive muitos problemas de sono com minha primeira filha. Ela aos seis meses dormia a noite toda no berço dela. Eu me sentia uma daquelas mães privilegiadas que podia falar de boca cheia “minha filha dorme a noite toda”.
Veio o segundo filho. E a maternidade te ensina logo de cara que nenhum filho é igual ao outro. E Samuel que dormia aparentemente super bem até os 8 meses (acordava uma vez para mamar apenas) começou a apresentar muitas dificuldades para dormir.
Ele acordava praticamente de hora em hora. Era um choro desesperador. Ninguém sabia ao certo o que fazer para tornar as noites do pequeno melhores. E como ele não dormia, nem eu e ninguém mais conseguia ter uma noite de sono de qualidade.
Resolvi levar ele para dormir comigo. Levei em médicos. Fizemos duas cirurgias no meio do caminho (adenoide e depois as amígdalas) e nada de Samuel dormir mais do que 3 horas direto.
Com esse processo caótico (e desesperador), eu praticamente virei um zumbi. E como esta rotina se repetiu por mais de 3 anos seguidos, aos poucos meu corpo de mãe se acostumou a acordar diversas vezes e a ter um sono picado.
É como se meu organismo captasse a mensagem que eu precisava estar de pé a qualquer momento e sendo assim ele se acostumou a dormir menos.
Pois bem, Samuel há cerca de uns 20 dias tem dormido praticamente a noite toda. Acorda uma vez e pede a mamadeira. Eu não dou e depois de uns minutos chorando ele consegue adormecer novamente.
Ele dorme. Eu não! Meu sono vai embora.
Outras vezes eu acordo depois de umas 4 horas de sono e fico acordada tentando encontrar uma forma de adormecer. Meu corpo está simplesmente desperto. Como se já tivesse dormido o suficiente e pronto para encarar as madrugadas cuidando dos filhos.
Sério meninas, é uma sensação muito angustiante. Na minha cabeça eu só penso “preciso dormir, preciso dormir pois amanhã eles vão precisar de mim cedo ou terei que sair para trabalhar e estarei caindo de sono”.
E esse pensamento faz eu ficar mais ansiosa e irritada.
Fui procurar o médico da empresa que trabalho e contar que estava tendo noites de insônia. Relatei que meu corpo fica ligado e não consegue adormecer durante a noite. Muitas vezes consigo dormir depois das 6 da manhã, ou seja, quase hora de levantar com os pequenos.
Sim, eu perguntei se ele poderia me receitar algum remédio para dormir. Não quero ficar sofrendo de insônia.
A resposta do médico foi “Não vou te dar nenhum remédio para dormir” e continuou “Seu corpo se acostumou a acordar para cuidar dos seus filhos. Ele ainda acha que eles precisam de você. É como se para ele este número de horas fosse suficiente e por esta razão ele desperta”.
Mas doutor, vou ficar acordando sempre?
O que o Doutor recomendou foi que eu durma no mesmo horário das crianças. Assim, caso elas acordem durante a madrugada e precisem de mim eu estarei descansada. Caso elas durmam direto e eu acorde, devo levantar e fazer um chá de camomila (ou outro que não tenha cafeína), adoçar com bem pouco açúcar e tomar. Devo retornar para a cama e evitar ter pensamentos nas coisas do dia a dia que podem tirar o sono. O melhor mesmo é buscar pensamentos que me deixem calma e feliz. Segundo ele, pode ser até uma fantasia,algum sonho que tenho.
Depois da consulta, já tive três dias em que fui dormir junto com as crianças e acordei por volta de 2 ou 3 da manhã. Fiz todo esse ritual e confesso que depois de ficar 1 hora acordada depois do chá, eu adormeci.
Sei que corpo de mãe é forte e se adapta para conseguir cuidar dos filhos com todo amor que eles precisam. Mas realmente precisamos estar atentas aos sinais que dizem que ele pode vir a pifar.
Dormir é essencial e não dá para ficar desperdiçando horas preciosas de sono sem necessidade. Se é para ficar acordada que seja para dar assistência aos nossos queridos filhos quando eles realmente precisarem.
E vocês, acordam no meio da noite enquanto o filho dorme?
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