O Dia em Que Alguém Me Disse “Seu Filho Atrapalha Minha Aula”

Era para ser um momento muito especial para nós: o começo das aulas de natação das crianças!

Elas amam água! Não podem ver piscina que se jogam dentro. E isso que para eles parece tão inofensivo para nós é algo aterrorizante. Do nada seu filho se joga numa piscina e sim, pode se afogar.

Depois de levar uns dois sustos com Samuel, resolvemos que era passada a hora de colocar as crianças na aula de natação. Procurei uma academia que fosse perto de casa, que tivesse aulas no mesmo horário para os dois e que o fator preço não fosse tão elevado.

Encontramos uma academia que reunia todos os pré requisitos. Pagamos uma aula experimental para os dois na mesma turma.

Lembro de ter perguntado à atendente se os dois poderiam realmente fazer a aula juntos. Raquel tem 6 anos e Samuel tem 3 anos e 10 meses. A resposta foi positiva e levamos os dois para a aula.

No final a professora nos orientou que Samuel fizesse mais umas aulinhas na turma baby mas que poderia continuar na turma da irmã ao mesmo tempo.

Matriculamos ele na turma baby 1 vez na semana. E os dois na turma de duas vezes por semana.

Na aula seguinte quando meu marido foi levar os pequenos para a aula, a primeira coisa que a professora disse foi “Seu filho vai atrapalhar minhas aulas”!

Meu marido ficou sem entender nada pois ela mesma havia dito que não haveria problema em eles fazerem a aula juntos. Ninguém disse nada no ato da matrícula.

Ele questionou dizendo que a professora não havia dito nada disso na aula experimental. Ela então acabou deixando nosso pequeno fazer a aula.

Acontece que três aulas depois ela me diz novamente: “Seu filho atrapalha minhas aulas”! Me disse essas palavras em alto e bom tom na frente de toda a turminha e de outras mães. Disse isso na frente da irmã dele. Minha reação? Foi pegar meu filho da piscina e fechar a cara. Saí da piscina sem dizer uma única palavra.

Após a aula Raquel me diz “Mãe, eu não quero mais fazer aula com essa professora. Ela ficou falando mal de você para um homem”. Fiquei curiosa e perguntei o que a professora havia dito e a pequena continuou “Ela disse que você fechou a cara e ficou de saco cheio e ainda disse que Samuel só atrapalha as aulas dela”.

Vou confessar para vocês que fiquei com muita raiva.

Em primeiro lugar um profissional qualificado e que tenha cursado licenciatura deve ter tido aulas de didática e ética na faculdade. É básico você saber lidar com um aluno e principalmente você precisa ter um enorme cuidado com uma criança.

Um profissional qualificado não deve nunca expor um aluno. E sim, se ela acha que meu filho atrapalha as aulas dela, ela deveria pedir para conversar comigo no reservado e nunca usar a palavra “atrapalha”.

Meu filho não fazia nada de errado. Ele apenas foi colocado na turma errada. Ele tem prioridades diferentes de uma criança de 6 anos. A culpa por estar matriculado com crianças maiores não é dele.

Quem aceitou a matrícula e deu o aval positivo foi a escola de natação e não nós.

Nós como pais achamos que ele estava em boas mãos, com profissionais qualificados. Nunca pensei que passaria por uma situação tão surreal e sem nexo.

Uma criança precisa sempre ser preservada. Eles absorvem tudo à volta deles. Fico pensando se ele entendia que a professora achava que ele atrapalhava. Será que ela tratava ele de maneira diferenciada? Será que ela foi grosseira com ele?

Querida professora que não tem didática suficiente para lidar com seus alunos, nunca mais exponha uma criança dessa forma. Para você a palavra “Atrapalha” pode não ter nenhum significado mas para uma criança e seus pais ela é forte demais.

Se você não tem tato para lidar com situações que fogem do seu controle, por favor peça para que outra pessoa faça isso no seu lugar.

Crianças precisam de respeito e não de pessoas que as coloquem em situações constrangedoras.

Para finalizar a situação, pedi para conversar com o dono que depois de uma semana me retornou a ligação. Pediu desculpas e tal. Devolveu o dinheiro das aulas que a gente não tinha feito e da matrícula. E mudamos eles de academia. Cada um agora faz aula em um turminha da sua faixa etária.

Não quero que meus filhos passem por nada parecido novamente.

Comentários