Reflexões sobre maternidade

Tentando Ser A Mãe que Não Grita, Chora, Perde O controle!

Há pouco mais de um mês eu consegui reduzir a minha jornada de trabalho. Trabalhar menos, ganhar menos e ter mais tempo livre para fazer o que eu mais amo – ser mãe!

Ter mais tempo para só aproveitar a vida com eles.

E ser mãe eu sempre fui. Independente das horas que trabalhava fora. Mas há tempos notei que não tenho sido uma mãe muito equilibrada.

Como assim? Algum problema neurológico?

Não!

Eu simplesmente não estou sendo aquela mãe de comerciais de margarina.  Aquela que consegue manter sempre o equilíbrio, que nunca perde o controle, não grita, não chora, não sente vontade de sumir por cinco minutos.

Sim, eu queria ser uma dessas. Que mesmo vendo os filhos brigarem a cada meia hora, sorri e não dá a mínima. Aquela mãe que consegue dar conta da casa, trabalhar fora, cuidar das crianças, do marido e do cachorro e mesmo assim continua sempre linda! Que não enfrenta problema de grana. Que não tem nenhum problema de saúde na família. A mãe que parece ter acabado de sair de um salão de beleza.

Mas eu não sou uma dessas!

Notei que há alguns meses ando muito cansada. E claro que o meu estado de cansaço acaba se refletindo no tipo de mãe que eu sou.

E tenho sido a mãe que fala algumas vezes NÃO, mas lá pela quinta vez acaba elevando o tom de voz para se fazer escutar. Tenho sido a mãe CHATA. Sei da importância de educar uma criança e parece que tenho que dizer milhares de vezes NÃO! E sim, algumas vezes eu queria dizer “faça do seu jeito filho ou filha”.

Trabalhar menos fora e ter mais tempo para eles tem sido uma bela experiência para mim como mãe e para eles como crianças. Confesso que mais tempo em casa significa mais atividades para mim. Sim, tem toda a dinâmica de dar conta da casa, do almoço, das crianças, deixar elas na escola e sair correndo trabalhar. Coisas que eu não fazia antes.

Tem todo o benefício de dormir mais com os pequenos e ver eles acordarem sem pressa, com abraços e beijos cheios de preguiça. Tomar café em família. Brincar. Ver tv. Ter tempo para não fazer absolutamente nada.

Eu não paro estando em casa (quem é mãe e pai sabe que geralmente a gente descansa no trabalho). Mas aprendo tanto com os dois! E são eles que me mostram que mesmo na loucura do dia a dia a gente consegue encontrar nosso ponto de equilíbrio dentro de nós mesmos.

E diariamente tenho procurado encarar a maternidade de maneira mais leve. Sem me cobrar demais. Sem exigir tanto deles. Tenho me policiado para ter mais paciência sem precisar elevar o tom de voz (sim, eu sou adepta do mais abraços e menos gritos) mas nos últimos tempos tenho perdido um pouco a linha.

As crianças não tem culpa do nosso cansaço! Elas não entendem como a gente fala tanto que cansou sendo que elas acordam cedo e pulam e correm o dia todo cheias de energia. Elas só entendem que nos amam e demandam a nossa atenção grande parte do dia.

Meu equilíbrio está em aprender como relaxar mais e ignorar os problemas externos, as brigas que são normais entre irmãos, a casa que nunca fica arrumada e vencer principalmente a privação de sono.

Ser uma mãe melhor é uma busca constante que eu e praticamente todas as mães queremos. Sei que estou no caminho certo. Mas é um percurso que exige da gente muita observação e mais tempo para só aproveitar o tempo com eles.

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Kely Varela

Kely Varela, 33 anos, atriz, mora em Curitiba e há quatro anos descobriu a benção da maternidade. Hoje é mãe de um casalzinho e deseja compartilhar suas experiências com as demais mamães.

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