Reflexões sobre maternidade

Por que Algumas Mães Julgam Tanto outras Mães?

Certamente você já ouviu uma mulher que tem filhos criticando outra mulher que também é mãe.

Desde que comecei a escrever sobre maternidade eu recebi inúmeros relatos de mulheres que são julgadas por outras mulheres que também já vivenciam a maternidade. Muiras vezes as mães julgadoras são justamente as avós, tias ou madrinhas das crianças.

Por vezes quando estamos em grupos de whats da escola também vemos uma mãe acusando outra abertamente sem pudor nenhum. As redes sociais então, são lugares sem limites para a voz de mulheres que já têm filhos e que se dedicam a fazer comentários nada construtivos para as outras colegas maternas.

A maternidade é muito singular. Por mais que a gente use aquela frase “só muda o endereço”, na prática não é assim que realmente funciona. Mudam os endereços e as realidades vividas por cada mulher.  O que interfere na realidade de uma mãe, inclui fatores como: quem é o pai da criança, como são as condições financeiras dessa mãe, como é o histórico de saúde da criança e dessa mãe, como é a rede de apoio com a qual ela pode de fato contar, se essa criança apresenta demandas físicas ou emocionais, se essa mulher precisa conciliar trabalho com uma maternidade atípica, se essa mulher trabalha fora e quantas horas ela precisa se dedicar ao trabalho, se essa família passa por problemas de relacionamento e tantas outras questões que podem ser incluídas aqui.

Então, mesmo que a outra mãe vizinha de porta tenha um filho da mesma idade, esse filho não é igual ao seu, a realidade dessa família não é igual à sua.

Mas para muitas mulheres imersas no seu próprio mundo é muito complexo deixar de olhar apenas para a sua forma de maternar e entender que existem outras formas que também estão corretas. Para muitas pessoas que não passam por nenhum tipo de dificuldade é muito difícil ter um olhar de empatia e de compaixão pela história da outra mulher.

As avós que criticam suas filhas esquecem de perceber que as filhas estão cursando a própria história como mães e que isso não significa que suas filhas não admirem a mãe que elas são ou foram para elas. Fazer diferente não é sinal de desrespeito e sim de construção de um novo caminho que tem como base elementos novos nessa história.

Irmãs, madrinhas ou amigas que se sentem ofendidas quando seus conselhos não são seguidos pela outra mãe precisam ter consciência que a maternidade deve ser uma rede de apoio em que ajudas são bem vindas, desde que feitas com respeito. Porque falo isso de que ajudas são bem vindas, pois muitas vezes uma mãe realmente precisa de um conselho de uma pessoa que ela confia e que pode assim ajudar a elucidar questões que são desafiadoras. Mas mães não precisam de palavras rudes que muitas vezes já começam com acusações como “você faz tudo errado, esse seu filho é um sem limites, você vai se arrepender de criar essa criança dessa forma”. Mães precisam de quem as escute de coração aberto e que saibam usar palavras de encorajamento.

A maternidade não é uma competição em que os filhos passam a fazer parte de uma competição sem sentido criada pelas suas mães. Sim, muitas mulheres têm essa necessidade de auto afirmação através de seus filhos. Quando a criança percebe está brigando com a outra por conta de histórias malucas criadas por suas mães.

Maternidade não é competição e nem a mãe e nem seus filhos precisam provar nada para o outro.

A maternidade é um campo de construção de coisas boas. Estamos criando seres humanos. E precisamos ter consciência que essa mania de julgar, competir e instigar discórida não são exemplos que devem ser seguidos pelas crianças.

Não entre numa relação tóxica apenas para agradar as suas familiares, amigas ou colegas de trabalho. Mães não precisam de assuntos que as deixem nervosas, ansiosas ou depressivas. Elas tem que estar bem para poder cuidar bem de seus filhos.

Relações que só trazem coisas negativas tiram a saúde física e emocional das mães e de verdade nenhuma mãe precisa desse tipo de desgaste.

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Kely Varela

Kely Varela, 33 anos, atriz, mora em Curitiba e há quatro anos descobriu a benção da maternidade. Hoje é mãe de um casalzinho e deseja compartilhar suas experiências com as demais mamães.

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