Maternidade

Mãe Balança Mas Não Cai!

O amor materno é intenso e capaz de mover toda a humanidade. Desde o instante em que uma mulher se depara com a notícia nada mais é visto com o mesmo olhar. Nada mais é sentido com a intensidade de antes.

Você passa a ver a vida com olhos de criança. Tudo fica mais alegre e colorido. E ao mesmo tempo essa nova jornada te obriga a sair da zona de conforto e te joga em uma imensa corda bamba.

Mãe vive procurando o equilíbrio. Mesmo que você deseje caminhar sempre em linha reta, a maternidade talvez te faça cair para um dos lados da corda.

Aprender passa a ser o lema das nossas vidas.

Se perguntarem a uma mulher grávida o que mudou na sua vida – em poucas semanas de gestação – ela provavelmente lhe dirá que absolutamente tudo! Desde a barriga, a alegria de comunicar a novidade, a grande emoção de ouvir o coração mais forte, a ansiedade pela descoberta do sexo do bebê, até a escolha muitas vezes difícil pelo melhor nome para aquele bebê que vai ser a pessoa mais importante da sua vida.

É apenas uma sementinha mas já mudou a postura como você encara o mundo. Você já percebeu que vai precisar tomar coragem para atravessar a corda, mesmo que isso signifique cair e levantar diversas vezes.

Logo que minha filha veio ao mundo, eu comecei a perceber que muitas coisas que eu achava que sabia sobre “ser mãe” estavam equivocadas. Eu levei muitos tapas na cara ao constatar que os manuais mais vendidos do mundo não eram perfeitos. E não tinham uma receita específica para as dificuldades pelas quais eu podia estar passando.

Antes de ser mãe eu achava que sabia tudo sobre ser mãe.

Foi preciso eu virar uma figura materna para amolecer meu coração e ter mais entendimento sobre as atitudes tomadas pelas mulheres que já vivenciavam a maternidade muito antes do que eu. Notei que as mães tem uma plateia infinita de juízes. Todos dizem saber cuidar de seu filho melhor que você. E ai se você comete um pequeno deslize… todos os holofotes aparecem neste momento para te iluminar.

Eu era a mãe mais recente do pedaço e em horas passei a entender que mãe precisa ser paciente com o mundo. O universo parece não entender que junto com o mais novo bebê nasceu também a figura materna. Uma mulher que se depara com um mundo imensamente novo e cheio de grandes desafios.

E quando você acha que conseguiu atravessar a corda bamba, você percebe que existem novos desafios: maiores e mais altos. Não importa que você tenha pavor de altura. Você vai subir na corda e enfrentar seus medos: de febre, da dor da picada da agulha no seu filho, de pediatra que me diz que tudo não passa de uma virose…

Eu não tinha noções de como minha intuição materna era poderosa. Quando minha bebê fez onze meses ficou muito doente eu sabia que ela estava com meningite. Ninguém nesse mundo conhece melhor o filho do que a própria mãe.

Nessa hora, eu quase desabei da corda e fiquei pendurada apenas por uma mão. Totalmente perdida e com receio do abismo enorme que parecia se abrir abaixo dos meus pés. Mas eu não podia cair. Precisava subir novamente. Mãe não desiste nunca de um filho!

Nesse instante aprendi uma das coisas mais lindas que uma mãe é capaz de fazer: rezar! Você pode não crer em um Deus específico, mas certamente vai criar a oração mais linda e forte do mundo que será capaz de entrar em contato com uma energia divina que irá proteger seu filho. A fé de uma mãe é o ato mais poderoso do mundo.

Percebi que crianças são os melhores professores que podemos ter. Eles são capazes de subir conosco no picadeiro para nos ensinar que a travessia pode ser leve e simples. Um filho faz a gente sentar para observar um passarinho, o caminho de uma formiga ou o número de trevos que existem na nossa grama.

Ser mãe é uma escolha corajosa. No papel de mãe entendi que o show é dividido com outra pessoa. É o maior ato de doação que existe! Você doa seu tempo, seu sono e seu amor infinito. Ninguém nos obriga a fazer isso. Fazemos por amor.

Mãe nunca termina seu show. Você aprende rápido a ser uma fortaleza e por isso enfrenta frio, noites intermináveis sem dormir, filas, hospitais lotados, desaforos em nome do grande amor que sente por seus filhos.

Mãe vive nas alturas. Ela é movida com o maior combustível da vida que é o amor materno. Amor que não cabe dentro de nós e precisa ser compartilhado com quem tanto amamos. Nossa apresentação como mães só tem razão de existir em função dos nossos queridos e tão amados filhos!

Eu agradeço aos meus queridos filhos, por tudo que eles me mostraram. Obrigada por me ensinarem a ser mãe!

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Kely Varela

Kely Varela, 33 anos, atriz, mora em Curitiba e há quatro anos descobriu a benção da maternidade. Hoje é mãe de um casalzinho e deseja compartilhar suas experiências com as demais mamães.

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