Hoje eu estava revendo umas fotografias de quando Raquel era bem bebezinha e encontrei estas fotos dos dias em que ficamos com ela no hospital.
Raquel foi internada com meningite bacteriana e septicemia. Foram dias horríveis! Dias que eu não digo que quero esquecer, mas que quero encarar apenas como fonte de força e aprendizado.
Minha filha precisou ficar no isolamento. Foi intubada, respirou por aparelhos, ficou amarrada para não se machucar e depois de dias sem nenhuma esperança começou a reagir. Depois da fase crítica da doença fomos conduzidos para um quarto normal. A pior parte já havia passado!
Estar num quarto de hospital já era uma maravilha pra quem estava há poucos dias em uma UTI com a filha entre a vida e a morte. Ficamos super felizes por saber que dentro de poucos dias nós iríamos embora para casa com a nossa pequena bem e feliz.
Mas, logo no primeiro dia no quarto levamos um baita susto. Raquel que estava dormindo tranquila começou a ter tremores, a temperatura em poucos minutos foi para 40 graus e a pele ficou toda roxa.
Eu achei que estava perdendo minha filha novamente!
A explicação dada pelos médicos da UTI foi que nossa filha havia comido rápido demais e que havia passado mal por uma má digestão. Eu, mãe apavorada e de primeira viagem acreditei nas palavras da equipe médica e fiquei tranquila.
“Ufa, tinha sido apenas um susto!”
No segundo dia na ala infantil normal, a situação se repete. Um desespero só! Chamo enfermeiros que chamam médicos que chamam a equipe da UTI. A explicação já era outra. “Vamos levar Raquel para uma tomografia… Talvez a meningite ainda esteja aí”. E de novo nessa hora vi meu chão desaparecer.
De novo um medo sem fim. Só eu e ela em um corredor esperando a hora do exame. Raquel adormece depois de tomar o medicamento para o exame e eu só faço uma coisa: rezar e rezar! Raquel estava com os antibióticos mega fortes e mesmo assim estava passando mal! O que seria se ela realmente estivesse com meningite novamente?
Os exames apontam que não é meningite! Um alívio por um lado! Só que Raquel continua tendo os tremores e a febre mega alta. Algo continuava errado!
No terceiro dia, depois da 4ª vez que a pequena apresentava o mesmo quadro, eu resolvo ligar para um médico em que levava ela de vez em quando. O dr. Vitor é um excelente médico daqui. Liguei e contei o que estava acontecendo com nossa pequena e de imediato ele me disse:
“Mande retirar o cateter! Ela está com infecção hospitalar causada pelo cateter”!
Voltei para o quarto e pedi para falar com a responsável pela Raquel. Expliquei que poderia ser o cateter e que queria que fosse feita uma análise do mesmo. A médica ainda tentou argumentar que achava que não era e que seria muito complicado para fazer a medicação na Raquel sem o mesmo. Neste momento, Raquel tem uma nova crise. Só que desta vez muito mais forte. Começa a se chacoalhar toda, fica roxa e com mais de 41 de febre. Nesta hora a médica pede que as enfermeiras tirem o cateter. Elas questionaramm… Raquel não melhora… as enfermeiras ainda estão argumentando… e neste momento só escuto uma voz firme e num tom elevado da médica:
“Tirem agora” Agora”.
E foi retirado e enviado para análise em laboratório. Horas mais tarde vem a confirmação: infecção hospitalar das brabas causada pelo cateter. E de novo Raquel teve sorte! De novo o anjo da guarda estava ao nosso lado e nos soprou no ouvido o que fazer.
Raquel tomou o último recurso de antibiótico contra a dita bactéria hospitalar e novamente rezamos e pedimos para que tudo ficasse bem! Novamente Raquel dependeu de um pouco de sorte para sair bem da situação. Eu tenho certeza que foi a conversa com o Dr. Vitor, médico que não era do hospital que nos ajudou a salvar Raquel.
Geralmente quando um paciente fica muitos dias em uma UTI utilizando cateter corre um grande risco de contrair uma infecção hospitalar.
O que tenho a dizer sobre este episódio é que nós mães temos que seguir nossa intuição. Temos que questionar os médicos sim. Passar pela chata. E sempre seguir nossa intuição: coração de mãe é quem melhor conhece o próprio filho!
Os Dias Em Que Quase Perdi Minha Bebê!
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