Foram mais de 6 horas de viagem de carro até São Paulo. Eu, o marido, minha filha e meu filho chegamos já cansados na capital Paulista. Deixamos nossas coisas no hotel e partimos para uma visita no Aquário de São Paulo. Nosso trajeto até a atração foi de Uber.
Todos nós estávamos cansados. E o caminho até o aquário estava todo congestionado. No meio do caminho nosso filho começou a ficar irritado por estar parado no calor dentro de um carro. Tentei conversar. Dei o celular para ver se o distraia. Mas ele realmente estava muito cansado. Começou a se irritar com o que a irmã falava. E inevitavelmente a crise de choro começou.
O motorista do app perguntou “Quantos anos ele tem”? e respondemos que ele tem cinco anos. Meu marido completou “Ele está cansado por causa da viagem”. E o senhor que dirigia o carro disse “AH, minha filha tem cinco anos mas ela não é assim. Ela não chora desse jeito não”.
E eu que odeio comparações entre crianças pensei “Será que vale a pena explicar que ele tem autismo e que é mais difícil para ele entender determinadas situações”? Fiquei meio sem reação e acabei não falando nada.
A pior coisa que podemos fazer para uma criança é colocar rótulos nela. É comparar uma com a outra. Cada uma tem sua história. Tem suas vivências. E quem tem filhos com algum tipo de deficiência sabe que sempre comparamos nossos filhos com eles mesmos. Cada superação deles é comemorada e aplaudida com toda nossa emoção do mundo.
Crianças típicas não merecem ser comparadas umas com as outras. Crianças atípicas não merecem sofrer comparações e muito menos serem rotuladas.
Em conversa com uma mãe de autista ela me disse “eu já teria dito na hora, pois a pessoa ficaria sem saber o que dizer”. E concordo com ela que sim, devemos dizer e mostrar que cada um de nossos anjos azuis são únicos e devem ser respeitados em todos os seus momentos.
Talvez se eu tivesse falado, o senhor teria parado de contar vantagem da filha sobre o meu menino e eu teria mais concentração para vencer a crise pela qual o meu filho estava passando.
Mas depois de escrever esse texto entendi que não consegui reagir e falar nada por ter ficado meio anestesiada em constatar que adultos não sentem empatia nem mesmo com crianças.
Cada criança é única! E que bom que o meu filho não é igual ao do motorista, nem à irmã ou o coleguinha! Que bom que cada criança é única!
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