Tudo começa uns meses antes. Você está trabalhando normalmente e acaba de descobrir que está grávida. Em meio a notícia da chegada do novo membro da família, estão também inúmeras questões a respeito de como vai passar a ser sua vida. Mudanças corporais, o espaço do bebê dentro da casa, seus novos hábitos a serem adotados desde a gestação. Para inúmeras mulheres, que hoje exercem atividades laborais fora de casa, a pergunta que mais toma nossos pensamentos é relacionada a rotina de trabalho versus maternidade.
Quando respondemos a pergunta “E aí, você vai parar de trabalhar”?
A resposta geralmente é NÃO. Respondemos basicamente por dois motivos:
Se você respondeu Não, vai ter que pensar no próximo passo:
Com quem seu filho vai ficar?
E as possibilidades podem ser basicamente uma das três:
Após pesquisar vários estabelecimentos escolares, os pais finalmente optam por aquele que acham mais adequado para sua realidade e para a criança. Um momento extremamente importante.
Seu bebê começa a frequentar a escola e alguns dias depois aparece com febre em casa. Na semana seguinte, febre novamente. Problemas respiratórios, urticárias pelo corpo, resfriados. Meus Deus, você não sai mais do Pronto Atendimento. Se comunica várias vezes com seu pediatra. Vai em vários profissionais e nada do seu bebê melhorar. Até que vem a indicação médica: “SEU FILHO NÃO PODE FREQUENTAR A ESCOLA.” Na primeira vez você ouve e ignora. Afinal, quem é que vai pagar suas contas? Como é que eu vou parar de trabalhar? Ficar em casa cuidando de um bebê?
Na busca por um outro diagnóstico, acaba batendo a porta de outro pediatra. E mais uma vez a indicação taxativa ” SEU FILHO NÃO PODE FREQUENTAR A ESCOLA”
E agora?
Se você possui a opção de deixar com um familiar, está salva. Se tem condições para contratar uma profissional, se sentirá aliviada. Se sua única possibilidade de trabalhar era a escola, e já tentou algumas vezes com que seu pequeno se adaptasse a rotina, e ele sempre teve problemas de saúde, sua opção é realmente parar de trabalhar fora de casa.
Vários estudos comprovam que o ideal é que o bebê fique aos cuidados da mãe até pelo menos 1 ano de idade. O ideal seriam até os 24 meses. Infelizmente, por questões sócio econômicas isso é muito raro. Existe ainda uma crítica muito forte contra mães que optam em largar o trabalho para se dedicar exclusivamente ao cuidado dos filhos, nesse período da primeira infância. Muitas vezes falta apoio do companheiro em entender que os trabalhos domésticos e maternos são fundamentais para o desenvolvimento saudável das crianças e de uma sociedade mais igualitária e menos violenta.
Existe também, o preconceito da própria mulher em aceitar seu novo papel. Ela precisa entender que naquele instante a saúde do pequeno é mais importante que os próprios desejos pessoais. Em alguns casos, ela vai poder se organizar e trabalhar de casa ou mudar totalmente de ramo, visando unir trabalho e cuidados com os filhos.
Nós, somos pais que não temos como contar com familiares e não estamos na condição social de ter uma babá (confesso que tenho certo receio de colocar alguém dentro da minha casa cuidando dos meus filhos). Nossos dois filhos, em determinado momento receberam a indicação médica veemente: ‘não podem frequentar a escola até determinada idade”.
EXPERIÊNCIA NA ESCOLA
Minha filha era APLV. Foi para escola com 10 meses. Em um mês, ela teve de tudo. De um resfriado, roséola, sinusite, foi constantemente exposta a traços de leite e acabou dando entrada na UTI com meningite bacteriana pneumocócica e septicemia. Óbvio que ela não pode frequentar a escola por um longo tempo. A recomendação era de até os 3 anos. Como servidora pública consegui uma licença para tratar de assuntos particulares sem remuneração de 1 ano. Esse tempo em casa, ela ficou doente apenas duas vezes.
No caso do segundo bebê, as coisas foram bem complicadas também. Ele possui APLV, alergia a ovo, soja, amendoim e alguns medicamentos. Frequentou alguns dias o ambiente escolar e começaram as inúmeras idas a emergências. Teve várias crises de asma, diarréias, reações alérgicas e muitas viroses. Foram meses em que eu praticamente não trabalhei. Ele foi proibido de ir pra escola. Resultado: acabei requerendo outra licença não remunerada de 1 ano. Para nossa surpresa, eles concederam apenas 3 meses. Resolveu meu problema temporariamente. Mas fica já a dúvida e a angústia, de como fazer depois disso?
O pediatra Dr. José Martins Filho, fala muito bem sobre a necessidade da mãe ficar mais tempo com seu bebê. Deixo o vídeo dele abaixo.
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