A volta ao trabalho não é algo simples para uma mãe.
Nosso coração sente calafrios só de pensar na hora em que vamos ter que “nos separar” dos nossos filhos para a retomada da rotina de trabalho. É uma mistura de sentimentos. Nós podemos amar nossos empregos, mas acima de tudo, amamos nossos filhos.
Muitas incertezas tomam conta da nossa cabeça “será que vão cuidar bem?”, “será que vale a pena?”, “vai reagir bem a minha ausência”, “vai ter que parar de mamar no peito?” e mais uma lista infinita de questões relacionadas ao bem estar dos nossos queridos bebês.
Desde que engravidei da primeira vez, não consegui voltar à rotina de trabalho por muito tempo.
Raquel nasceu e utilizei a licença de 6 meses mais 1 mês de férias. Voltei para a jornada de trabalho. Ela foi para a escola em tempo integral. Começou a ficar muito doente. Quase perdemos nossa bebê. Por recomendação médica precisou ficar em casa sem frequentar a creche. Fiquei sem trabalhar mais um ano. Engravidei de Samuel. Tirei novamente os sete meses para ficar com ele. Voltei ao trabalho e desta vez quem ficou mega doente foi o pequeno.
Desde fevereiro foram muitos dias de atestado para cuidar dele. Samuel também foi proibido categoricamente por diversos médicos de ir para a escolinha. Acabei pegando uma licença não remunerada de 3 meses para ver se ele melhorava comigo cuidando exclusivamente dele.
Não melhorou totalmente, mas a licença acabou!
Voltar ao trabalho me deixa mega dividida. Um lado meu gosta muito do trabalho e da rotina que passamos a ter com ele. Trabalhar fora de casa nos dá um tempo a mais para pensar em coisas que não sejam só nossos filhos. Levar uma vida que não é só a materna.
Por outro lado, queria dedicar minhas energias exclusivamente a maternidade em tempo integral. Ver Samuel crescer em sua plenitude.
A primeira infância é um período fundamental para a formação do indivíduo. É nela que a criança vai aprender os maiores valores. Criar vínculos que vão nortear sua personalidade e sua visão de mundo.
Não gosto da ideia de terceirizar a educação dos meus filhos. Meu desejo era que eu mesma ensinasse as coisas mais simples do dia a dia a eles.
Acredito que a pré-escola é importante para a socialização da criança. Um local em que ela possa ir para brincar e se relacionar com outras crianças da mesma idade. Mas não em tempo integral.
No fundo, acho triste precisar deixar meus filhos, mais de nove horas na escolinha. Acredito que o ideal seriam apaenas 4 horas por dia, no máximo 6.
Ok, algumas pessoas vão me dizer que a criança se acostuma, que faz parte da vida, que precisamos trabalhar.
Se acostumar com o que não é o ideal, não é algo bom. Bom seria ficar no convívio familiar por mais tempo. Ter tempo de acordar sozinha, de fazer as coisas sem pressa. Ideal seria ir para a escola por ser algo divertido e não a única opção.
Não acredito que faça parte da vida você ter que ir para a escolinha desde os 4 meses de vida. O natural seria ter o acompanhamento da mãe ou pai até os 24 meses. Eu me lembro que fui para a escola apenas com 5 anos e em meio período.
Sim, eu preciso trabalhar fora de casa por questões financeiras. Mas isso parte meu coração. Várias vezes coloco na balança quanto realmente isso tudo vale.
Sei que quem vai demorar mais para se acostumar com a nova rotina sou eu. Aprender a lidar com as supostas culpas que eu venha a sentir pelo fato de precisar deixar meu filho na escola.
Mas vamos que vamos. Sentindo a reação do pequeno à mudança. Observando como ele vai se comportar e aprendendo a ficar longe do meu querido durante o dia.
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