Desde que Raquel nasceu, cerca de quatro anos atrás, nunca consegui voltar ao meu peso original. Aquele, antes da barriga. Na gestação da pequena, eu simplesmente engordei muito. Cerca de 28 quilos. Sai dos 63 e cheguei aos 90.
Isso mesmo. Eu engordei demais.
Quinze dias após o nascimento da bebê eu estava com 72 quilos. Havia perdido peso na hora do parto e a nova rotina de amamentação e noites exaustivas me levaram a perder outros tantos quilos tão rapidamente.
Quando engravidei pela segunda vez me mantinha com 72 na balança. No final da gravidez do Samuel eu estava super radiante por ter engordado apenas 7 quilinhos. Dias após a chegada do meu lindo, novamente eu com 72.
Dificil sair dessa casa. Mas com o passar dos meses fui oscilando um pouco para cima e um pouco para baixo.
Foi um ano extremamente difícil para nós. Samuel não dormia durante a noite. Acordava umas 5 vezes em média. Com isso ninguém mais dormia. E quando me dei conta, estava compensando meu cansaço através da comida. Eu sabia que estava comendo demais. Tinha noção de que engolia minha comida sem mastigar. Afinal, eu tinha pressa. Estava sempre preocupada com algo relacionado às crianças e assim, esquecia de comer com calma.
Várias vezes me matriculei na academia. Todas as tentativas de me exercitar foram sem sucesso. Depois de algumas aulas, os pequenos sempre precisavam muito de mim e eu parava de frequentar as aulas. Não tinha com quem deixar as crianças. Não existem academias, perto da minha casa, com espaço destinado às crianças cujos pais precisam se exercitar.
Com todo este contexto conturbado, tem sido muito complicado recuperar a boa forma de antes da gravidez.
Ficar somente em casa, cuidando dos meus filhos foi maravilhoso. Mas confesso que deixei de lado os cuidados pessoais comigo. A rotina exaustiva de uma mãe, me fizeram dar mais atenção aos cuidados com a casa, com a saúde das crianças, com os horários da alimentação deles, banho, remédios… e eu fui me deixando de lado. Não pelos demais, mas por mim mesma.
Não sentia vontade de ficar um tempão parada na frente do espelho passando diversos cremes diferentes na pele. Não tinha paciência para ir em lojas experimentar roupas ou calçados. Nada.
O tempo que eu tinha fazia questão de gastar com meus filhos.
Foram alguns meses só em casa, cuidando exclusivamente do meu pequeno. Isso não justifica a falta de cuidados comigo, mas explica.
Quando você se dá conta, ficou horas de pijamas dentro de casa. Não passou uma escova nos cabelos. Diversas vezes percebi que só havia escovado os dentes uma vez durante o dia. Os banhos eram super rápidos. Tudo isso, para ter tempo de cuidar do bem estar dos nossos filhos.
Cheguei ao ponto em que minhas roupas começaram a não servir mais. As pessoas me perguntarem se estou grávida. Deixei de usar a cinta pós parto. Não fui mais ao médico.
Mas por qual razão nos deixamos de lado depois que nos tornamos mães?
Eu nunca fui o exemplo de mulher vaidosa, mas sempre cuidei de mim.
O que fez eu esquecer que existe a mulher feminina foi uma rotina exaustiva, sem sono com dias e dias tendo de cuidar dos meus filhos doentinhos. Ter parado de sair de casa também aumentou esse comodismo. Esquecemos que precisamos nos arrumar, estar bem para nós mesmas.
Levei um susto ao me deparar com o mesmo peso do final da gestação do meu segundo filho. O que me assustou mais, foi que já se passaram 18 meses desde a chegada dele. E eu não emagreci nada, apenas engordei.
Comecei essa semana um novo projeto que inclui como meta principal voltar ao peso e reeducar minha rotina alimentar.
Sim, quero me sentir bem com meu corpo. Não estou fazendo isso pelos outros. Não vou emagrecer para me enquadrar nas regras da sociedade. Quero fazer isso por mim. Pela minha saúde. Para que meus filhos vejam a importância de cuidar da nossa saúde.
Mostrar às crianças que se alimentar bem e com calma é algo essencial. Que se exercitar faz bem para o corpo e para a alma. Que cuidar do corpo é cuidar da vida!
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Kely, só tenho uma coisa pra te dizer: "- Tamu junto amiga!". Obrigada por escrever isso, me senti muito bem em saber que não estou sozinha nesta fase emocional tão ruim, tão negligenciada por todos a nossa volta, mas uma fase absolutamente normal. Essa é mais uma daquelas situações para colocar na caixinha do "vai passar" que ganhamos junto com o bebê na maternidade. Mil beijos... vai passar.
Tão bom ouvir que vai passar! Tantas coisinhas que a gente não sabe lidar direito... mas sim, tudo vai passar!
Beijo grande!
Kely