Arritmia – Fazendo o Exame do Holter em Crianças

Raquel apresentou arritmia.

A primeira vez que a pediatra nos falou que achava que nossa filha tinha um problema de arritmia fiquei mega preocupada. Eu não tinha a menor ideia do que ela estava falando. Eu só sabia que ela estava dizendo que nossa pequena apresentava um problema no coração.

A pediatra das crianças é também cardiologista. Talvez por esse motivo, há tempos ela vinha monitorando batidas irregulares na ausculta da Raquel. Nas consultas de rotina ela sempre notava que o coração da pequena batia um pouco fora do compasso. No começo do ano passado ela solicitou que fosse feito um exame de holter na pequena.

O holter é um aparelho que serve para monitorar a parte elétrica do coração da pessoa num período de 24 horas. O aparelho é fixado no paciente através de eletrodos ligados com fios a um aparelho receptor que registra todas as atividades elétricas do coração em um determinado período de tempo. Quando o exame é feito em adultos, o aparelho geralmente é fixado em um cinto ou no bolso da roupa do paciente. No caso das crianças menores, o aparelho costuma ser preso na barriga, fixado com uma faixa para que não haja o risco do mesmo cair ou sair do lugar.

A recomendação é que a criança tenha atividades normais durante o dia em que estiver realizando o exame. A criança pode brincar, pular, correr, gritar, chorar sem se preocupar em derrubar o aparelho. A única restrição é que ela venha a ter contato com água.

Raquel já fez este exame 3 vezes. Na primeira ela achou legal ter um aparelho preso na barriga. Mostrou para todos os colegas da escola. As professoras também trataram o assunto de maneira lúdica, para que ela não se sentisse incomodada. O resultado do primeiro exame confirmaram que realmente a pequena apresentava batimentos irregulares. Nada grave. Passamos o ano todo apenas monitorando.

No começo deste ano repetimos o holter. O resultado foi bem diferente do apresentado no ano anterior. A arritmia piorou. Fomos investigar mais a fundo com uma especialista em arritmia. Vou contar todo o processo de investigação com esta médica em outro post.

Confesso que essa coisa de ficar correndo com nossa pequena de um lado para outro em médicos não foi algo muito legal. A gente sempre procurou tratar a coisa de maneira natural, sem deixar que ela se preocupasse. Mas a rotina cheia de exames e médicos foi deixando Raquel de saco cheio também. A especialista em arritmia infantil solicitou um novo holter e desta vez não foi nada fácil convencer uma criança de 4 anos a repetir o exame.

No dia em que fomos colocar o aparelho, ela já foi chorando. Perguntou se iria morrer. Fiquei morrendo de dó. Foi preciso muita conversa para conseguir convencer ela deixar a enfermeira colocar o holter. Acho que levamos cercar de uns 15 minutos só conversando com ela até conseguir colocar o aparelho. Ela reclamou bastante durante o período em que ficou com o holter e estava ansiosa para tirar toda a parafernália.

O resultado deste exame constatou novamente que ela apresentava muitos batimentos irregulares.

Continuamos o tratamento com a especialista em arritmia a Dra. Lânia do Hospital Pequeno Príncipe. A pequena está utilizando um medicamento para controlar a arritmia chamado Atenolol e essa semana vai repetir o holter para ver se o medicamento está sendo eficiente.

Quer saber mais sobre o diagnostico da arritmia da Raquel? Leia os próximos posts onde vou contar sobre os demais exames, a consulta e as recomendações médicas sobre o assunto.

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Kely Varela

Kely Varela, 33 anos, atriz, mora em Curitiba e há quatro anos descobriu a benção da maternidade. Hoje é mãe de um casalzinho e deseja compartilhar suas experiências com as demais mamães.