Quando engravidei de Samuel, meu segundo filho, a pequena Raquel era ainda uma bebezinha. Estava com 1 ano e nove meses. Ainda mamava no peito. Usava fraldas, chupeta, não ia para a escolinha. Todas as nossas atenções eram voltadas para a baixinha.
Eu sempre quis ter um filho atrás do outro. Não queria que eles tivessem uma diferença de idade muito grande. Acredito que quanto menor a distância entre um e outro, mais unidos eles se tornam. O desejo de toda mãe é que seus filhos sejam grandes amigos. Então não custa darmos uma mão para que os pequenos cresçam desde sempre como amigos. Acredito que essa relação bonita de irmãos já começa desde o momento em que o bebê ainda está na barriga da mãe.
Quando recebi a notícia que estava grávida novamente fiquei super radiante. Então, veio nossa preocupação de como Raquel iria reagir. Como lidar com novas situações em virtude da chegada do irmão sem fazer com que ela se sentisse preterida?
Contei da forma mais natural possível que ela iria ter um irmãozinho. Que a partir daquele momento morava um bebezinho dentro da barriga da mamãe. No começo ela não entendeu nada. Minha maior preocupação de imediato foi a retirado das mamadas do peito. Fui tirando gradualmente e passando para a mamadeira. Por vezes ela ficava irritada. Não contamos que era por conta do novo irmão.
Não é aconselhável fazer grandes mudanças na rotina da criança na época da chegada de um novo filho. A retirada das fraldas, chupeta, mamadeira pode ser frustrada por conta do estado emocional da criança, que muitas vezes não está preparada para lidar com tantas novidades na vida, de uma só vez.
Conforme a barriga foi crescendo ela foi interagindo mais com a situação. Passava a mão na barriga e dizia “Ownnn, bebê, bebê” dava um beijinho e saia. Outras vezes vinha nos mostrar que tinha um bebê na barriga dela também.
Tomei algumas condutas para que ela não sentisse ciúmes do irmão que estava a caminho. Uma delas é que nunca deixei de pegar minha bebê no colo por conta do filho que estava na barriga. Claro que procurava evitar fazer muito esforço. Mas sempre que minha filha pedia colo eu dava. No final da gestação, quando a barriga já era barrigão, eu procurava me sentar e aí então pegar a pequena. Isso ajudou muito para que ela não se sentisse deixada de lado e também aumentou o contato dela com a minha barriga.
As conversas da pequena com o irmãozinho na barriga sempre foram incentivadas. Com o tempo ela passou a chamar o irmãozinho Samuel de “Zinho EL”. Contava para ele as novidades do dia e cantarolava várias canções para o bebê dormir.
Incluir a criança nos preparativos da chegada do bebê é bem importante. Sempre mostrei para Raquel as roupinhas, enfeites e o quarto do irmão. Com relação aos brinquedos que seriam do Samuel, sempre deixei que a pequena brincasse com eles quando queria.
A preparação do quarto também foi feita toda junto com a pequena. No final da gravidez, quando o bebê estava quase nascendo e tudo estava praticamente pronto para a sua chegada, Raquel decidiu que queria voltar a dormir no berço. (ela só dormiu no berço até os 11 meses) Dormiu algumas noites no quarto “novo” do irmão.
Optamos por colocar adesivos unissex no quarto do bebê. Assim, os dois se sentiriam integrados ao ambiente, mesmo que o quarto na teoria fosse para quem estava por chegar. É importante fazer as coisas pensando muito no irmão que já está aqui. Fazer com que ele se sinta sempre envolvido.
Em alguns momentos Raquel passou por algumas crises de raiva. Não queria saber do irmãozinho. Queria bater na barriga. Nessas horas é bem importante explicar que Mamãe ama muito os dois. Que no coração de mãe há espaço igual para ambos. Abraçar e fazer a criança mais velha se sentir realmente amada.
Outra dica que dou para as mamães que vão ter seu segundo filho é de comprar um presentinho do bebê que está por vir para o irmão que já está aqui. Acabei fazendo isso em dois momentos. No final da gestação achei dois bonecos, o “El e a Quel” e entreguei dizendo que era presente do irmão da barriga. Ela adorou. Brincava direto com os bonecos.
Outro presente foi entregue quando chegamos da maternidade em casa. Outro momento em que ela se sentiu acolhida pelo irmãozinho que acabava de chegar em casa.
Os Primeiros dias em Casa Merecem Atenção Redobrada
Os primeiros dias de uma mãe em casa com seu novo bebezinho e o irmão mais velho que carece de atenção são os mais delicados. Lidar com o pós parto, com os cuidados que o bebê precisa que sejam dados apenas por você e claro com o filho mais velho que está todo enciumado com a nova situação. A criança vai querer sua atenção da mesma forma que tinha antes.
Neste momento é fundamental a ajuda do restante da família. O pai provavelmente vai ser quem mais vai suprir a sua suposta ausência junto ao primogênito. Avós, padrinhos e tios também são bem quistos nesta fase. Essas pessoas podem despender mais cuidados com a criança e distrair a atenção dela para que não venha a sofrer com a falta da atenção materna.
Os primeiros dias foram bem complicados. Por conta da minha volta para o hospital com a trombose, levei o bebê junto comigo para poder continuar amamentando e a pequena ficou em casa. Como explicar para um bebê de 2 anos e 5 meses que a mãe sumiu junto com o irmãozinho e deixou ela para trás? Nosso retorno para casa foi bem tumultuado. Crises de choro, objetos sendo atirados nas crises de raiva, pedidos de atenção exclusivos. Nesta fase contamos com uma pessoa que ajudou a amenizar a situação, pois assumiu os cuidados que não dependiam de mim com relação ao bebê. Assim, pude me dedicar a dar atenção à pequena.
Importante ressaltar que o contato físico entre os irmãos é bem importante. Bem supervisionado vai fortalecer a relação entre os irmãos. Deixar o filho mais velho pegar o bebê no colo quando estiver na sua presença, auxiliar nas tarefas do banho, trocas de fralda, fazer dormir vai ajudar com que o mais velho se sinta incluído nas tarefas e responsável pelo irmãozinho.
Depois que o período do puerpério passa as coisas vão voltando à rotina. Isso vai trazendo tranquilidade e segurança para o filho mais velho que percebe que o irmão chegou mas o amor e o carinho dos pais e familiares com ele continua igual. Costumo dizer que a família tem papel fundamental para integrar os irmãos e tranquilizar com amor e carinho quem já estava por aqui há mais tempo. Esse sentimento de que nada mudou e só melhorou com a chegada do pequeno integrante com certeza fará com que a relação entre os dois irmãos se fortaleça. Fará com que criem vínculos de amizade e muito amor.
Veja o que Raquel me pediu deia desses:
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