A meningite já bateu na porta da minha vida duas vezes!
Eu era menina, tinha meus 11 anos e lembro como se fosse hoje, dos dias em que a meningite entrou na nossa vida pela primeira vez. Era um dia super feliz lá em casa! Eu e meus dois irmãos brincávamos de cabaninha em um colchão que minha mãe havia colocado para pegar um pouco de sol. Meu irmão de 7 anos e o outro de 1 ano e 8 meses nem sabíamos quem era essa tal de MENINGITE.
Lembro do meu irmãozinho mais novo, um bebezão lindo, estava feliz e cheio de energia. Ele sempre imitava a abertura da novela, na época Fera Ferida. Todos fomos dormir e de madrugada acordei com meu irmão chorando muito. Minha mãe tentando acalmar ele. Eu meio irritada que não conseguia dormir. Ninguém dormiu aquela noite. Ele teve vários episódios de vômito e logo que amanheceu minha mãe saiu com meu pequeno irmão para o hospital.
Não tenho certeza dos fatos daquele dia. Sei que minha mãe voltou para casa e meu irmão ficou internado. Era MENINGITE BACTERIANA MENINGOCÓCICA.
A gente não sabia da gravidade da coisa. Nem imaginava.
Eu me lembro que eu fiquei o dia todo olhando um mobile que ele tinha de gatinho. Puxava a cordinha e pedia para que meu irmão voltasse logo para casa. Mas quem voltou para casa chorando foi meu pai. Meu pai chorava horrores! Não conseguia falar. Nessa hora, todos nós ficamos desesperados em verdadeiro estado de choque – agora eu choro ao escrever sobre este momento – minha mãe não acreditava. Nosso pequeno Alexandre, lindo, lindo tinha ido morar com os anjinhos! O que eu sei é que ele morreu por conta de uma meningite meningocócica que acabou provocando algumas paradas cardíacas.
A vida não foi fácil depois disso! A vida nunca mais foi tão divertida lá em casa! Faltava alguém para alegrar nossos dias!
Seguimos adiante. E depois de tantos anos eu me tornei mãe! E ser mãe é a melhor coisa do mundo! Você ama tão loucamente os filhos. De uma forma intensa. Nossos filhos são tudo. Passa a ser a razão maior pela qual brigamos na vida. Minha vida como mãe ia bem! Tudo era felicidade!
Mas vem a vida e te prega umas peças!
A temida meningite bateu na minha vida novamente. Agora eu era a mãe! Agora eu pensava “Não é justo Deus!” “Já aconteceu com minha mãe, não é justo acontecer de novo na nossa família”.
Depois de dias com Raquel doentinha, com muita febre, dando antibióticos, levando a médicos e sem nenhuma melhora, acabamos caindo novamente em outra emergência. Desta vez quando o médico me disse “É só uma virose mãe” eu não aceitei. Nessa hora eu já sabia que minha filha estava muito doente. A minha intuição me dizia que ela tinha o mesmo que o meu irmão. Eu pedi um liquor (exame que detecta se a pessoa está com meningite). O médico negou. Raquel vomitou horrores na consulta e ele então disse “Vamos fazer o liquor só por desencargo”.
O desencargo levou Raquel em questão de horas para uma sala de UTI. O meu excesso em pedir o exame levou minha filha para uma sala de isolamento cheia de tubos e sem contato conosco.
Foram os piores dias da minha vida. Meu Deus, como é que minha mãe sobreviveu a dor de perder meu irmão? Meu Deus, como tantas mães conseguem seguir adiante?
Quando recebemos a notícia de que Raquel estava com meningite bacteriana pneumocócica, com um tipo de cepa que as vacinas NÃO COBREM fiquei em estado de choque. Com os pés fora do chão. Não queria acreditar no filme que passava na minha cabeça. Já relatei como foram estes dias no post “Nos Dias em que Quase perdi Minha Bebê“. Ao final de dias angustiantes, Raquel reagiu. Raquel sobreviveu sem nenhuma sequela.
A Meningite bateu na nossa porta e nos transformou radicalmente. Não tem como uma doença dessas passar pela sua vida e não mudar algo dentro de você. Nossa pequena foi uma guerreira e conseguiu vencer esse bicho bobo.
Meu irmãozinho foi um guerreiro, mas prefiro pensar que Deus queria ele ao seu lado.
Agradeço imensamente todos os dias pelo grande “milagre” que é ter Raquel hoje, linda e saudável brincando e fazendo bagunça.
É importante sempre estarmos atentos! A meningite é uma doença extremamente grave que requer um tratamento rápido e adequado. Se seu filho apresentar febre, dor de cabeça, nuca rígida, estiver muito apático, irritado, vômito, recusa alimentar, moleira abaulada, convulsões dentre outros sintomas, leve-o para ser examinado por um médico.
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Olá.
Realmente é uma grande preocupação nossa essa questão da meningite. Vale um post sobre as vacinas que o SUS cobre e a da rede particular... o que vc acha??? Seria bem legal.. tenho muitas duvidas e nao posso "confiar" no pediatra do meu filho pq ele é o dono da clinica de vacinas... rsrsrs
Abraços
Oi luciana,
Vamos escrever sobre isso sim! Obrigada pela sugestão!
Abraços
Kely