Querido Senhor Ricardo Boechat,
Como admiradora do seu trabalho me vi no dever de lhe escrever.
Hoje pela manhã, enquanto escutava seu programa, me espantei com um dos seus comentários. Na verdade, nem eu e nem meu marido esperávamos que o senhor fosse proferir tal declaração.
O senhor disse em suas palavras que não entendia como os homens precisavam de 20 dias para ficarem junto das esposas e dos bebês recém nascidos.
Vou lhe explicar algo que talvez o senhor desconheça.
A mulher precisa sim da figura paterna ao seu lado quando seu filho nasce. O homem por vezes é a única pessoa com quem essa mulher vai poder contar. O homem é o pai e sim, ele tem obrigações com relação aos cuidados desse bebezinho.
Vivemos em um sociedade que vem durante anos pedindo a igualdade de direitos e deveres. É justo que o homem compartilhe dos primeiros momentos da vida de seu filho. É necessário que ele ajude essa mulher, é preciso que as empresas entendam que o bem estar da família também depende da presença masculina num momento tão crucial como este.
Senhor Boechat, eu sei que o senhor em nenhum momento disse ser contra a licença paternidade de vinte dias. O senhor apenas não entende a necessidade dela.
Vou lhe relatar outra coisa bem curiosa. Na sociedade brasileira grande parte dos partos são cesáreas. Uma cirurgia que corta sete camadas da pele da mulher. Procedimento cirúrgico que faz com que muitas vezes essa mãe não tenha condições de fazer grandes estripulias após o nascimento do filho. Qualquer cirurgia feita hoje, geralmente é recomendado no mínimo 15 dias para sua recuperação. Só que aqui além de ter passado por tal procedimento a mulher precisa lidar com uma infinidade de coisas novas. Vai precisar cuidar de um bebê!
Essa mulher vai sim precisar de ajuda! Mas senhor Boechat assim como eu, muitas de nós não temos uma família presente que seja capaz de nos auxiliar num momento tão delicado da vida. Muitas de nós não temos condições de bancar uma babá, enfermeira ou empregada. Muitas de nós só temos a figura paterna.
Eu precisei do meu marido durante os cinco dias. Eu precisei dele durante toda minha licença maternidade. Eu preciso do meu marido até hoje. Meus filhos precisam da presença e do apoio dele sim.
Ele não me ajuda, ele faz as obrigações dele como pai.
Uns vão argumentar que o pai não amamenta. Vou lhe dizer que em alguns casos ele vai dar de mamar sim. Vai trocar a fralda, dividir o turno de cuidados com o bebê, cuidar da mulher, fazer afazeres de casa, registrar o bebê, correr na farmácia, levar aos médicos…
Senhor Boechat, nossa sociedade precisa sim de uma licença paternidade mais justa com toda família. Pai é fundamental na vida dos filhos. É preciso entender que um bebê recém nascido demanda muito tempo, dedicação e cuidados não só por parte da mãe, mas também daquele que ajudou na sua concepção.
Abraços
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